Esse é um movimento que apoio porque reivindica a livre utilização da praça pública pelos moradores da cidade de Belo Horizonte; neste caso, a linda Praça da Estação. Aliás, ali se situa um dos museus mais interessantes e bem estruturados que já visitei, o Museu de Artes e Ofícios. A vivência da cidade pela população é muito importante para o desenvolvimento do respeito ao patrimônio público, da consciência cidadã sobre a importância de se dar valor à cultura e à preservação do espaço urbano, além de propiciar o exercício da convivência social. Na rua a gente encontra todos os tipos de pessoas e pode se deparar com as mais diversas situações. Eu mesma tenho várias histórias de senhoras que 'puxaram assunto', até mesmo a neta do Augusto de Lima, que sentou ao meu lado certa vez em um banco na Praça da Liberdade. Amanhã estarei envolvida – com toda a satisfação do mundo – com um almoço de agradecimento a uma amiga, então, não estarei lá, mas dou a maior força para esse pessoal que 'bota pra quebrar', no bom sentido!
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
anotações desses dias
fui alguns dias à biblioteca da Faculdade de Letras - UFMG e enquanto esperava dar a hora de alguns compromissos, ia até a estante começar a conhecer melhor Mia Couto. Como toda vez me dá vontade de anotar algo legal – porque senão eu esqueço – quando leio, assisto à tv, vejo filmes em dvd ou ouço pela rua, agora faço isso na minha vida: estou sempre com um papel, seja um bloquinho, uma agenda ou mesmo um pedaço que arranjo, e um lápis ou caneta. Assim, anotei algumas coisas de um livro que li pela primeira vez e de um filme que vi pela segunda. O livro é Estórias abensonhadas (1994), do escritor mencionado; o filme, Chocolate (2000).
"nós temos olhos que se abrem para dentro, esses que usamos para ver os sonhos. O que acontece, meu filho, é que quase todos estão cegos, deixaram de ver esses outros que nos visitam."
Nas águas do tempo
"só a água lava tristeza."
"encerrado como um parágrafo"
O perfume
"Enfim, meu gosto de visitar as igrejas vem apenas da tranquilidade desses lugarinhos côncavos, cheios de sombras sossegadas. Lá eu sei respirar. Fora fica o mundo e suas desacudidas misérias."
A velha engolida pela pedra
____
"Nossa bondade não se mede pelo que não fazemos, pelo que negamos a nós mesmos, o que resistimos e a quem excluímos. Nossa bondade é medida por aquilo que abraçamos, pelo que criamos e por quem incluímos."
Chocolate
domingo, 28 de novembro de 2010
Um problema e várias chaves
Aqui no Brasil a gente vive um momento de guerra séria contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, eclodida há poucos dias. Os traficantes, como todos já viram pela tv e internet, estabeleceram estado de medo e reclusão aos cidadãos da cidade, que, como nos períodos de enchente, neve (nos países de clima frio), ficam sem aula nas escolas e sem serviços do comércio, entre outras privações.
Os órgãos de segurança do município e do estado do Rio de Janeiro receberam reforço das forças militares da nação, como a Marinha. Nos noticiários de tv, muitas vezes ouvimos os jornalistas e comentaristas dizerem que é preciso implementar políticas públicas assim, assado...que o governo deve fazer isso e aquilo. Porém, me pergunto, ou melhor, perguntaria a eles: "O que você está fazendo?". A pergunta se justifica pelo fato de que a cooperação deve partir também da sociedade civil. A pessoa que critica, de dentro de um estúdio com arcondicionado, de dentro de sua sala com sofá e home theater ou mesmo na mesa de um bar com os amigos e colegas de trabalho, essa pessoa faz ou já fez algo no sentido de inserir uma outra aos ambientes ou a um ambiente que a propiciasse ampliar sua visão de mundo? Qualquer atitude como, digamos, a doação de uma câmera de fotografia a um jovem, ou o ensino de um esporte, de uma língua, de um ofício, já constitui, a meu ver, uma das chaves para a solução do problema que enfrentamos de uso e tráfico de drogas. Oferecer educação a uma criança não é garantia de que ela jamais se envolverá com a droga ilegal e jamais cometerá um ato violento, não sejamos ingênuos, haja vista a triste realidade em cujas cenas há jovens burgueses queimando pessoas, surrando gays, gritando com professores, desrespeitando mulheres, batendo pegas na via pública e incitando a discriminação contra brasileiros nordestinos. No entanto, pior do que dar oportunidade de estudos e, consequentemente, oportunidade de formação de senso crítico e isso não ser aproveitado, ou ser ignorado por quem a recebeu, é privar uma parcela grande da população desse direito. Só vamos saber quem será aquele indivíduo se investirmos em sua formação. Caso contrário, os talentos ficarão apenas latentes, sem o poder de desabrochar e, quem sabe, atrair outros talentos tão bons.
A cultura subir à favela? Que petulância da elite! Pois se foi de lá que ela veio. A cultura desceu do morro, com artistas do chorinho, do samba, do rap e de tantas outras expressões artísticas que nem devo conhecer.
Então, talvez uma das chaves para o problema seja realmente, eficazmente, abrir a cabeça das pessoas desde cedo, porque o mundo é uma janela aberta para horizontes a perder de vista.
A foto foi tirada pelo Maurício, em Ilha Grande, em frente a um departamento de polícia; se não me engano, de administração penitenciária.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
trouxe pra cá
o texto da Ju: dor
não sou só eu que choro em igrejas...(sorrindo como se não fosse trágico). E pergunto: tudo é histeria? Bom, meu choro não foi tão copioso quanto o narrado, porque não havia soluços, foi uma coisa bem interna, eu comigo mesma. Havia lágrimas, muitas lágrimas. Eu as enxuguei e quando me acalmei, entrei em um museu que ainda não conhecia, fiquei curtindo, durante mais de uma hora e até conversei com o simpático vigia. E para ser franca, lembrando cá com meus botões, é quase um costume meu adentrar igrejas quando estou desolada, sem rumo, profundamente triste ou algo parecido. Me lembro de várias vezes em que entrei para fazer uma oração por alguém, agradecer ou apenas conversar com uma força superior, mística, quando todas as forças terrenas pareciam não ser capazes de me ajudar.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
reflexão em momento de fechamento de ciclos
Monografia finalizada e me deparo com uma discussão inesperada. Lidar com classificações não é interesse da minha pesquisa, cujo tema é a leitura de uma obra escrita e ilustrada pelo artista plástico Fernando Vilela. Reconheço a importância dos conceitos para nortear os estudos e ajudar na compreensão das questões investigadas nas diversas áreas do conhecimento. Porém, meu objetivo foi procurar fundamentações teóricas para meu delírio ao experimentar essa obra. Tendo perto de mim a sabedoria[1] generosa da minha orientadora, viajei intertextualmente e aterrissei quando ela sinalizou. Por outro lado, fui impulsionada a desenvolver ideias explicitadas em apenas uma linha, quando mereciam um parágrafo.
O movimento de sair da minha faculdade de origem, a FALE-UFMG (Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais) e entrar em outras unidades, outras bibliotecas, outras festas, auditórios, banheiros, salas e cantinas sempre fez parte do meu modo de viver a graduação. Entrei muitas vezes “na Música” e “na Belas Artes”, onde, inclusive, cursei disciplinas, como “Introdução à Intermidialidade”, em que cada aula era ministrada por um professor diferente. O trajeto de grandes ladeiras e escadarias que levam à FaE (Faculdade de Educação) foi percorrido durante os quatro anos, para chegar aos meus locais de estágio. Me interessa tudo o que acontece no campus: apresentações musicais sob a tenda da praça de serviços, espetáculos teatrais no gramado da reitoria, comunicações de grandes nomes como Maria Bethânia e Mia Couto e até mesmo a ocupação da reitoria pelos estudantes, registrada por mim em três posts[2] de meu blog da época e de cujas assembleias tomei parte.
Dessa forma, me deslocar, ser nômade, sair da minha zona de conforto nunca foi um problema. Ao contrário, é o que busco. Romper não me faz estremecer, a não ser de avidez pelo novo. Conto, então, brevemente, que saio da casa de meus pais aos dezoito anos para morar em uma cidade (aliás, um estado) onde não possuo nenhum familiar sequer. Tive uma única briga com minha mãe, que queria que eu usasse salto alto e eu respondi que gostava de arrastar o pé descalço no chão do forró. Não tive medo de “chutar o balde”, como se diz, e cancelar meu registro no CRO (Conselho Regional de Odontologia) após sete anos de profissão e ir fazer Letras. Além disso, saí novamente da casa de meus pais, que nesse momento – e ainda hoje – moravam em frente ao mar para entrar em um apartamento sozinha com minhas roupas e sapatos, sem geladeira, sem fogão, e dormir sobre um edredom. A relação com meus pais sempre foi de amizade e respeito, mas eu queria minha liberdade e neles encontrei apoio.
A maior parte de meus amigos é artista e eu os conheci em um sarau, antes de ir fazer Letras. São ceramistas, poetas, artistas plásticos, designers, músicos, escritores. São Tiemi Daiten, Penha Schirmer, Renato Fraga, Cida Ramaldes, Alfredo Albuquerque, Danuza Menezes, Pedro Gazu, Bith... com eles conheci Manoel de Barros, Duchamp, Viviane Mosé. Ampliei meu mundo, me apaixonei ainda mais. Com eles dancei, falei e ouvi poesia, chorei de rir, conversei a sério, viajei para Itaúnas, Caraíva, Sana. De carro. Ouvindo música. Lendo versos como o do para-choque de caminhão que passou por nós na estrada da Bahia: “Ser livre é pouco para mim. O que eu quero é nem ter nome”.
Portanto, encaixar qualquer forma de arte em prateleiras, gavetas, escaninhos, etiquetando-as, para mim é uma forma de repressão, de restrição. Tudo se comunica, especialmente no século XXI, em que muitos paradigmas já caíram por terra e as diversas mídias se inter e intra relacionam.
Quando um artista afirma que a ilustração é literatura, de imediato eu concordo. Depois paro, penso, lembro de artigos e livros com os quais aprendi e lanço minha indagação. Talvez tenham ouvido como se fosse uma asserção. Fato é que comecei hoje a pensar o diálogo entre a imagem e a palavra (texto visual e texto escrito) como um casamento. Duas pessoas com características próprias que se unem por afinidades, para conversar, dialogar, discutir, namorar, trocar, compreender, curtir. Mas elas têm sua individualidade, atenção! Uma não é chamada pelo nome da outra. Nesse sentido, o paralelo que faço é para dizer que o texto – entendido aqui em sentido amplo, sem considerar apenas o texto escrito com o código alfabético, mas pensando em vídeo, cinema, imagem, entre outros – visual, quando chamado de literatura, talvez esteja sendo submetido à hegemonia atribuída pela sociedade ocidental à cultura escrita, ao texto verbal. No meu modo de entender, após algumas leituras teóricas para produção da monografia, as artes possuem suas características peculiares e formas, tanto de serem realizadas como de serem recebidas, haja vista que não vemos todas as imagens da mesma forma; há os diferentes “trajetos do olhar”, conforme a obra com a qual se tem contato, como nos ensina Rui de Oliveira.
Saber o que é literatura, por exemplo (se escreve com maiúsculas ou minúsculas?), não foi uma grande preocupação de minha formação e sobre o assunto só ouvi no primeiro período do curso, ao ser introduzida à teoria literária, ou adiante, quando a pergunta surgiu em uma bela aula de literatura estrangeira de língua portuguesa. Talvez a explicação mais clara tenha sido dada pela Professora Graça Paulino, ao explicar que, para saber a resposta, vejamos se, em determinado texto, o que predomina é o discurso literário, entre os discursos que ali permeiam.
Deixando tal tarefa (a de classificar) para outros pesquisadores, torno a relacionar arte com liberdade. Ao fazer isso, logo me vem à mente novo turbilhão de palavras com as quais poderia ligar (ou link-ar?) a literatura: alternativa, diversidade, periferia urbana (nome de disciplina em curso com a Profa. Vera Casa Nova), resistência[3], erotismo, imagem. Ôpa! Imagem. Imagens. As palavras, tratadas no photoshop do escritor, por meio da técnica e da labuta com elas travada, como escreveu Drummond no poema “O lutador”, podem produzir imagens.
No entanto, há certos acontecimentos que não podem ser descritos em palavras, como já diz a música cantada pelo Rei (ou Robertão, como queiram): “eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras, não sei dizer” e a de Zeca Baleiro: “eu não sei dizer / o que quer dizer / o que vou dizer”. Assim, as imagens, com suas características próprias, aliadas ao traço pessoal do artista, expressam ideias e proporcionam sensorialidade. Aí está um ponto fundamental de minha interrogação sobre a atribuição do nome “literatura” ou “texto literário” à ilustração: a potencialidade para provocar sensações. Buscando a distinção entre os significados de “literatura” e “lirismo”, entre “lírico” e “literário”, mesmo que em uma fonte não especializada, mas procurando mesmo um sentido corrente, encontro:
LITERATURA Sf 1 arte de compor ou escrever trabalhos em prosa ou verso com o objetivo de atingir a sensibilidade ou a emoção do leitor ou do ouvinte 2 disciplina que tem por tema as obras ou os autores literários 3 atividade literária 4 conjunto de obras literárias
LIRISMO Sm 1 subjetivismo poético 2 emotividade; ardor 2 caráter subjetivo ou romântico da arte
LÍRICO Adj 1 relativo à expressão dos arrebatamentos pessoais e entusiasmos subjetivos 7 aquilo que é poético ou emotivo
LITERÁRIO Adj 1 relativo às letras e literatura em geral, ou à cultura relacionada com a arte da palavra 2 de literatura 3 de obras de literatura 4 de pessoas cuja atividade está ligada à literatura 5 que denota aptidão para a literatura
(BORBA, 2004, p.848-849)
Diante do significado desses termos, tendo a compreender a ilustração como um texto visual lírico, uma composição artística cujo feitio traz para si, como na literatura, referências pessoais, técnica, subjetividade, estética... então, imagem e texto verbal, juntos, dão como resultado uma produção de arte em que vários estímulos são proporcionados ao leitor, por meio de recursos expressivos responsáveis pelo efeito que a obra produz no ser humano.
[1] De acordo com o Dicionário UNESP do Português Contemporâneo, organizado por Francisco Borba (2004): SABEDORIA Sf 1 habilidade de ver com clareza o que é verdadeiro e certo, e de fazer julgamentos corretos com base nessa habilidade 2 capacidade de avaliar adquirida pelas experiências ao longo da vida 3 conhecimento formal acumulado 4 alto grau de conhecimento; instrução vasta e variada; erudição 5 conhecimento justo das coisas; razão 9 comportamento sábio; bom senso 10 eficiência; competência; traquejo. (os exemplos foram omitidos).
sábado, 16 de outubro de 2010
não tenho medo da morte
Não tenho medo da morte, eu só não queria sofrer. Não queria ter uma morte sofrida, no hospital, por exemplo, ou sentindo dores com um câncer, algo assim. Quero uma morte como a dos meus 4 tios paternos. De repente.
Não dou conta das pessoas que se preocupam com longevidade, das reportagens ensinando receitas para viver mais. Eu lá quero ficar aqui durante 100 anos? Eu, não. Quero ir embora lá pelos...80, acho que tá bom. Eu só quero é viver bem enquanto durar. Evitar os médicos, os pronto-socorros, as clínicas, os hospitais...ai, que terror! Para isso, sim, vou procurar me cuidar. Mental e fisicamente. Caminhar, pedalar, nadar, dançar, ouvir música, estudar, rir, amar, conversar, ir ao cinema, comer chocolate (nem vem que faz bem!)...enfim, me cuidar, né?
Aí, ao pensar nisso, eu lembro da música da Bebel Gilberto.
Tranquilo
Levo a vida tranquilo
Não tenho medo do mundo
Não tenho medo do mundo
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar
Tranquilo
Levo a vida tranquilo
Não tenho medo da morte
Não tenho medo da morte
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar
Que passe por mim a doença
Que passe por mim a pobreza
Que passe por mim a maldade, a mentira e a falta de crença
Que passe por mim olho grande
Que passe por mim a má sorte
Que passe por mim a inveja, a discórdia e a ignorância
Tranquilo
Levo a vida tranquilo
Não tenho medo do mundo
Não tenho medo do mundo
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar
Que me passe
A doença que me passe
A pobreza que me passe
A maldade que me passe
Que me passe
Olho grande que me passe
A má sorte que me passe
A inveja que me passe
A tristeza da guerra
Tranquilo
Levo a vida tão tranquila
Não tenho medo do mundo
Não tenho medo da morte
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar
domingo, 10 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
ocupação urbana
Estou lendo Cidade Ocupada*, para uma disciplina de Letras: Literatura brasileira e periferia urbana, que curso nas noites de sexta. Quando bati o olho na capa do livro, imaginei que fosse um romance, talvez policial, e que a cidade estaria ocupada pelo crime, pelo tráfico de drogas. Imaginei ainda que o autor fosse um morador da periferia, como o Renegado, que esteve em uma de nossas aulas lá na fale-ufmg. Mas a ocupação de que trata a obra é artística e o escritor é professor universitário com pós-doutorado. Ainda não terminei de ler, mas algumas questões interessantes me chamaram a atenção, como a produção de algo que seja a própria diferença, algo que não enverede pela homogeneização, tão presente no mundo contemporâneo, apesar de tantas transformações tecnológicas e ideológicas pelas quais a civilização já passou.
Ontem, por recomendação da genial Profa. Vera Casa Nova, fui ao duelo de MCs no viaduto Santa Tereza. Um parêntesis: ainda bem que tenho amigas que curtem programas alternativos, porque a Bi, minha irmã, faz muita falta nessas horas! Bom, fomos lá e foi fantástico! As duplas sobem ao palco e fazem um minuto (se não me engano) de 'repente' ou improviso. As falas são sempre relacionadas a questões políticas e sociais como a segregação de classes, a voracidade capitalista etc. O público é convidado a votar por meio de aplausos no melhor de dois e depois de todas as apresentações, há uma final. Quando tudo acaba, começa a exibição de dança hip-hop no meio de uma roda formada no chão, entre a plateia.
Boas fotos podem ser vistas aqui
Lembrando um documentário ao qual assisti e vou procurar na internet, quanto mais as pessoas com maior poder aquisitivo se separarem do mundo real, da 'parte feia' da cidade e da cultura popular, mais a cidade ficará violenta porque nada estará sendo feito para, de fato, fortalecer a segurança. Isto se consegue, a meu ver, entre outros fatores, com valorização e afirmação da diversidade e aproximação com os que não têm ou quase não têm oportunidades de acesso à educação, à informação de qualidade, às novas tecnologias de informação e comunicação, enfim, aos alimentos do corpo e aos alimentos da alma, como a arte.
*PIRES, Ericson. Cidade Ocupada. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
Foto: daqui
quinta-feira, 17 de junho de 2010
cena de rua
região da praça Raul Soares, centro de Belo Horizonte, quarta-feira, 23 horas.
Da janela do ônibus vejo uma cena triste: duas senhoras com idade entre 60 e 70 anos, gordas, de chinelo nos pés (a noite estava bem fria) catam latas de alumínio no lixo. A rua estava imunda com a bagunça que fizeram; papéis espalhados, plástico, enfim, todo o resíduo do lixo estava pela rua. Eu pensei: "os lixeiros vão morrer de raiva quando passarem para a coleta e virem isto". E elas catavam as latas aceleradamente, com gana.
O que faz uma pessoa sair de casa à noite, no frio, para remexer no lixo urbano? É a total necessidade de sobrevivência, a total luta pelo sustento da família, pelo alimento vital.
'não sei porque', mas na hora me veio à cabeça a Paris Hilton. É um exemplo aleatório, mas foi a personagem que me veio ali, na hora, de dentro do ônibus, após ver aquela 'epifania' (?). Pois bem. A Paris Hilton nunca deve ter visto cenas assim, a não ser em noticiário de tv. Aqui no Brasil, – sei que esteve recentemente no SPFW – só deve ter sido levada a lugares da parte boa da cidade. Relacionado a esse fato, me lembrei também da terrível cena que presenciei quando trabalhava em um edifício na Praça Sete (outra praça popular do centro de BH) e uma manifestação sobre o encontro do BID foi violentamente repreendida pela polícia, como nos tempos da ditadura militar, como eu só havia visto em filmes. Nessa época, além de a cidade ter sido toda maquiada para o encontro, o governador Aécio Neves ainda varreu para debaixo do tapete toda a insatisfação dos cidadãos. Aliás, varreu, não, meteu bala de borracha e cacetete.
Há muitas coisas que o 'inglês' não vê no Brasil.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Tempo
Tic-tac, tic-tac
Correm os ponteiros implacáveis
Barulho insano, martelar
Silencioso de saudade, solidão.
Mão de ferro, fecha em meu peito
A dor do tic-tac, tic-tac
Sem forças contra os ponteiros
Que avançam, avançam,
Orgulhosos, qual general
Que ganhou batalha!
Passam à frente de toda dor
Indiferentes, autônomos, incansáveis!
Maria José Nogueira Fábregas - Dedé
Correm os ponteiros implacáveis
Barulho insano, martelar
Silencioso de saudade, solidão.
Mão de ferro, fecha em meu peito
A dor do tic-tac, tic-tac
Sem forças contra os ponteiros
Que avançam, avançam,
Orgulhosos, qual general
Que ganhou batalha!
Passam à frente de toda dor
Indiferentes, autônomos, incansáveis!
Maria José Nogueira Fábregas - Dedé
Eu recebendo dedicatória da tia Dedé no lançamento de seu livro, sexta-feira.
terça-feira, 18 de maio de 2010
PROCURA-SE quem encontrou meus óculos
Sexta-feira eu cheguei na letras e fui pegar uns livros e guardar um material no meu escaninho. estudei, e tal; de lá, fui para a FaE deixar uns papéis assinados sobre a renovação do estágio. Procurei um lugar para apoiar minha mochila e colocar lá dentro tudo o que eu segurava e ir ao bandeijão com as mãos livres (porque tem que segurar bandeja, copo para servir suco, pegar talher, pegar sobremesa, servir salada, sal, etc.). Bom, aí, pensei até em apoiar em um dos carros estacionados, mas pensei: "não, pode ter alarme". Então, coloquei a mochila em cima da caixa d´água (uma espécie de banco de cimento onde a gente até costuma sentar para ver o pôr do sol). Bom, nesse momento, eu tirei tudo da mochila e organizei de novo. Saí em direção ao restaurante. Depois, peguei ônibus lá perto, na faculdade de farmácia , para ir embora e, como o sol estava forte, fui pegar o óculos escuro e...cadê? Nossa, pensei: "ah, devo ter deixado dentro do meu escaninho, ou esqueci na biblioteca. Segunda-feira eu pego". (porque eu não ia voltar lá, é muito longe, e além do mais, o funcionário da gvt ia lá em casa naquele dia sem hora certa, então, fiquei preocupada em estar em casa. Mas torci para encontrar o óculos.)
Ontem eu cheguei na escola de manhã, abri meu armário (escaninho), não estava lá. Fui no achados e perdidos, não estava. Fui na biblioteca, não havia esquecido lá. Comecei a ficar apreensiva e meio sem esperanças, dando o óculos como perdido. Almocei no bandejão, depois segui para a FaE. Fui pelo trajeto que dá na caixa d´água, olhei, não estava. Olhei em volta, na grama...nada. Meio desanimada, me dirigi ao achados e perdidos de lá. Perguntei: "moço, eu perdi uma caixa de óculos, preta..." ele perguntou: "ela é grande?" "é." "tem um negócio escrito nela?' "tem" e aí, ele abriu o armário, procurou, me mostrou e eu: "não acredito, é esse mesmo!!! vc que achou? quem achou?".Ele disse: "não, acharam lá perto da caixa d´água." "isso, mesmo, foi lá que eu perdi!".
Bom, só sei que fiquei radiante, super feliz, mas ele não lembra quem foi que entregou lá. E a primeira coisa que me veio à cabeça foi que a pessoa que encontrou teve uma atitude muito, muito civilizada, muito respeitosa, elegante, enfim, tudo de bom!!! Eu queria agradecer imensamente e dar um abraço nessa pessoa.
Nossa, eu já estava imaginando, procurar outro óculos...que preguiça! Fora o dinheiro que ia ter que gastar...e o óculos foi comprado num brechó (o Brilhantina, da Raquel, na Savassi), então, não há outro igual.
Ainda existem pessoas legais neste mundo, com o qual me desanimo constantemente, ainda mais quando estou de tpm, como agora!
Ah! Aí uma foto com ele! Meu amor que tirou, lá em Coroa Vermelha-BA.
Ah! Aí uma foto com ele! Meu amor que tirou, lá em Coroa Vermelha-BA.
terça-feira, 6 de abril de 2010
acordar pra luta
Meu pai dizia: "Vamos embora que amanhã é dia de branco!". A expressão significa que o dia seguinte será de trabalho, acordar cedo... meu professor Pedro Gazu (UFES) comentava certa vez: "Temos que matar um leão por dia..." e isso quer dizer que todo o santo dia a gente trava uma verdadeira luta para sobreviver. É ouvir o despertador ou ouvir o galo cantar, jogar uma água no rosto para acordar, escovar os dentes, entrar no chuveiro mesmo que o tempo esteja frio, pegar um transporte, bater ponto, vender, comprar, trocar, estudar, prestar serviço, pagar, pagar, pagar (esta parte é um outro assunto porque lembrei do 'impostômetro' que puseram lá em São Paulo para medir quanto o brasileiro já pagou de tributos em 2010 e aí, parece que a gente não pode usufruir do dinheiro ganho com o trabalho, é muita conta! O salário não acompanha. E ainda o mais revoltante de todos: o imposto sobre a sua renda!! A moça que chamo de vez em quando para fazer uma limpeza no apartamento disse que este ano, de R$50,00 vai passar a cobrar R$60,00 por dia. Eu disse a ela que, desde 2007, o valor da bolsa que eu recebo em estágio na UFMG é o mesmo.)
Então, como falou Israel do Vale, em e-mail que recebi do sambacanagroovebh:
Então, como falou Israel do Vale, em e-mail que recebi do sambacanagroovebh:
que ZEUS NOS SACUDA!
sexta-feira, 19 de março de 2010
Diastema

Nós temos diastema!!
A ideia de fechar meu diastema veio, foi e voltou várias vezes na minha cabeça. A Bi sempre 'desincentivou' tal mudança, por pensar que este traço natural traz graça e singularidade à beleza. Peculiar, segundo meu dicionário UNESP (querido), é o que foge aos padrões comuns; especial, singular. Certas imperfeições podem, de fato, dar charme ao sorriso, como um incisivo lateral superior desalinhado ('tortinho'); é o caso da modelo Claudia Schiffer.
Já vi, em revistas de moda, diversas modelos com dentes - incisivos centrais superiores - separados (diastema) e muitas delas com sardas no rosto. São características que, com frequência, as mulheres querem eliminar. Dessa forma, chega um momento em que fica todo mundo igual.
Assim, ficarei como sou, até porque, uma herança da minha linda mãe deve ser preservada!
ps.: este texto está tão 'incisivo' (rsrsrs), ou melhor, cheio de incisivos, porque, para quem não sabe, sou dentista!
Já vi, em revistas de moda, diversas modelos com dentes - incisivos centrais superiores - separados (diastema) e muitas delas com sardas no rosto. São características que, com frequência, as mulheres querem eliminar. Dessa forma, chega um momento em que fica todo mundo igual.
Assim, ficarei como sou, até porque, uma herança da minha linda mãe deve ser preservada!
ps.: este texto está tão 'incisivo' (rsrsrs), ou melhor, cheio de incisivos, porque, para quem não sabe, sou dentista!
segunda-feira, 15 de março de 2010
Babaquização da cerveja
Sob meu ponto de perceber os 'movimentos' que por aí estão, no universo, no Brasil, me incomodam e nauseiam as propagandas de cerveja que associam as concepções machistas sobre a mulher. Tamanho é o desgosto provocado, que 'boicotei' a Skol há uns 7 anos, quando, depois de vários comerciais do tipo referido, a marca apresentou a Ivete Sangalo no meio de senhoras idosas, como se ela fosse um ser que nunca envelhecerá (nem me lembro bem como era o comercial, mas havia algo assim). Na época, fiquei me perguntando como aquelas senhoras aceitaram participar de tal absurdo e até hoje me pergunto como as mulheres se dão ao desrespeito de aparecerem em propagandas assim, em que são reduzidas a bundas e peitos - muitas vezes, artificiais - e a conceitos não menos reducionistas e ultrapassados, como dependência financeira, falta de inteligência, exercício de controle excessivo sobre o parceiro, etc. etc. etc.
Ai, que cansaço disso! Agora, quando eu já me encontrava exausta, vem a tal da 'cervejão' (nem lembro o nome da marca). Páreo duro com qualquer uma das que até hoje circularam. Merece, sem dúvida, a medalha da melhor série de propagandas de cerveja. Porém, as categorias do prêmio seriam a ideia babaca sobre o universo feminino do século XXI e o comportamento masculino babaca mostrado.
Hoje, ouvi na rádio que uma propaganda (de cerveja) estrelada pela Paris Hilton foi censurada pelo CONARP. O filósofo Renato Janini Ribeiro comentou sabiamente o assunto e mencionou todo esse histórico da publicidade (liberada, não censurada) que circula há tempos. Por que só agora veio a sensatez?
Bom, pensando (sempre) pelo lado bom, ainda bem que veio, não é?
Ai, que cansaço disso! Agora, quando eu já me encontrava exausta, vem a tal da 'cervejão' (nem lembro o nome da marca). Páreo duro com qualquer uma das que até hoje circularam. Merece, sem dúvida, a medalha da melhor série de propagandas de cerveja. Porém, as categorias do prêmio seriam a ideia babaca sobre o universo feminino do século XXI e o comportamento masculino babaca mostrado.
Hoje, ouvi na rádio que uma propaganda (de cerveja) estrelada pela Paris Hilton foi censurada pelo CONARP. O filósofo Renato Janini Ribeiro comentou sabiamente o assunto e mencionou todo esse histórico da publicidade (liberada, não censurada) que circula há tempos. Por que só agora veio a sensatez?
Bom, pensando (sempre) pelo lado bom, ainda bem que veio, não é?
quinta-feira, 4 de março de 2010
dia cinza
ontem choveu muito em bh. de manhã, andei a pé, resolvendo questões de ordem cidadã, vamos dizer assim. isso inclui fazer seguro residencial, atualizar nome na receita federal etc. as calçadas eram enormes poças, difícil andar. o nível de água nas ruas se elevava rapidamente. saí sem tomar café da manhã e, sem almoçar, peguei um transporte público para um lugar bem longe. não foi possível continuar. tive que descer porque começava a me sentir mal com aqueles vidros todos fechados, o ônibus enchendo cada vez mais e minha cabeça ficando tonta, meu corpo inquieto.
além disso, muita coisa acumulada na cabeça durante a terça-feira. muitos sustos e surpresas. isso acontece. a todo momento as pessoas nos pregam um susto e nós a elas. mas existem coisas às quais me desacostumei, ou com as quais nunca me acostumei de verdade. acho que existe tanto preconceito no Brasil, mas tanto...o de cor é o mais evidente, nem comento. mas o preconceito contra a mãe solteira, contra os divorciados, contra os analfabetos, contra os portadores de doenças como o câncer, contra o baiano, contra o carioca, contra o mineiro do sul e do norte do estado...e no meio destas reticências infinitas, achei mais um: o preconceito contra o inquilino. é! aquela pessoa que aluga um imóvel. as imobiliárias (e, é claro, nisto que estou a dizer existem as exceções), os proprietários, todos enxergam o inquilino como marginal. as relações que se estabelecem são de desconfiança, de 'pé atrás', de marginalização, mesmo que você mantenha suas contas rigorosamente em dia. há casos, também, em que correspondências são enviadas por faculdades particulares, companhias de telefonia celular, e tantas outras, fazendo ameaças ou cobranças irregulares. por exemplo: você recebe uma cobrança e pensa: 'ah! vou rasgar, eu paguei ontem! não deve ter dado tempo de processar o pagamento'. isto é o que eu chamo de relação 'pé atrás'. muitas vezes o celular pré-pago recebe mensagens dizendo para inserir créditos, caso contrário, você não continuará 'usufruindo' dos serviços. e você está exatamente ali, no caixa eletrônico ou na banca de jornal pagando pelos créditos.
o simples fato de receber estas correspondências, mensagens, advertências...já é desagradável. tudo bem, a orientação é para que você desconsidere aquele papel, aquela mensagem, aquele sei lá o quê. que tudo será resolvido, já foi resolvido e a vida prossegue. e eu até, pensando melhor, entendo que se trata de profissionalismo. as mensagens, cartas, boletos, etc. são enviados de forma...automática. isso, para assegurar que a empresa não será lesada.
mas a verdade é que eu ainda sofro. eu ainda fico com aquela vontade ou ilusão de viver em relação de cordialidade entre todas as pessoas. em um lugar onde trabalhei, lembro que num determinado momento, falei: 'eu tô perdendo minha ingenuidade!' e isso foi recuperado quando saí e comecei a trabalhar em projetos na ufmg. é que lá, a liderança é exercida pelos professores e não, por empresários. de vez em quando há aqueles funcionários (e também professores) mais arrogantes, mas de forma alguma é regra. a relação estabelecida com o aluno é parecida com a de mãe, é afetuosa, é próxima, é de igual para igual.
mas tudo passa. a tristeza passa. como essa chuva.
além disso, muita coisa acumulada na cabeça durante a terça-feira. muitos sustos e surpresas. isso acontece. a todo momento as pessoas nos pregam um susto e nós a elas. mas existem coisas às quais me desacostumei, ou com as quais nunca me acostumei de verdade. acho que existe tanto preconceito no Brasil, mas tanto...o de cor é o mais evidente, nem comento. mas o preconceito contra a mãe solteira, contra os divorciados, contra os analfabetos, contra os portadores de doenças como o câncer, contra o baiano, contra o carioca, contra o mineiro do sul e do norte do estado...e no meio destas reticências infinitas, achei mais um: o preconceito contra o inquilino. é! aquela pessoa que aluga um imóvel. as imobiliárias (e, é claro, nisto que estou a dizer existem as exceções), os proprietários, todos enxergam o inquilino como marginal. as relações que se estabelecem são de desconfiança, de 'pé atrás', de marginalização, mesmo que você mantenha suas contas rigorosamente em dia. há casos, também, em que correspondências são enviadas por faculdades particulares, companhias de telefonia celular, e tantas outras, fazendo ameaças ou cobranças irregulares. por exemplo: você recebe uma cobrança e pensa: 'ah! vou rasgar, eu paguei ontem! não deve ter dado tempo de processar o pagamento'. isto é o que eu chamo de relação 'pé atrás'. muitas vezes o celular pré-pago recebe mensagens dizendo para inserir créditos, caso contrário, você não continuará 'usufruindo' dos serviços. e você está exatamente ali, no caixa eletrônico ou na banca de jornal pagando pelos créditos.
o simples fato de receber estas correspondências, mensagens, advertências...já é desagradável. tudo bem, a orientação é para que você desconsidere aquele papel, aquela mensagem, aquele sei lá o quê. que tudo será resolvido, já foi resolvido e a vida prossegue. e eu até, pensando melhor, entendo que se trata de profissionalismo. as mensagens, cartas, boletos, etc. são enviados de forma...automática. isso, para assegurar que a empresa não será lesada.
mas a verdade é que eu ainda sofro. eu ainda fico com aquela vontade ou ilusão de viver em relação de cordialidade entre todas as pessoas. em um lugar onde trabalhei, lembro que num determinado momento, falei: 'eu tô perdendo minha ingenuidade!' e isso foi recuperado quando saí e comecei a trabalhar em projetos na ufmg. é que lá, a liderança é exercida pelos professores e não, por empresários. de vez em quando há aqueles funcionários (e também professores) mais arrogantes, mas de forma alguma é regra. a relação estabelecida com o aluno é parecida com a de mãe, é afetuosa, é próxima, é de igual para igual.
mas tudo passa. a tristeza passa. como essa chuva.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come
"Aguardo o lançamento do iPad para vender meu Kindle."Foi isso que o Vicente Escudero afirmou em coluna do Digestivo Cultural.
Pois, é. E daqui a pouco, o iPad será obsoleto e assim por diante. Não é nada fácil estar 'up to date' com a agilidade de transformação do mundo tecnológico. Mas é positivo saber que existe algo novo; pelo menos para se ter consciência das alternativas disponíveis na hora de se trabalhar em algo ou na hora de se fazer algo, de pensar sobre uma ideia...
Com o passar do tempo as informações vão se acumulando e passando pelas gerações. Porém, se não dermos (nós, os letrados digitais, profissionais ou usuários leigos) oportunidade para que a inclusão digital aconteça ou cresça, haverá gerações sem tal informação. Haverá uma imensa vala de distância entre as pessoas num mundo cujo funcionamento se dará de forma totalmente digital. Esta vala, já existente no aspecto financeiro, abrangerá a capacidade das pessoas de terem liberdade e mobilidade urbana. Mas, quem sabe, incitará ainda mais o espírito colaborativo - além do virtual.
Está claro que a atitude fundamental para se prosseguir com a permanência humana é a solidariedade. Sempre.
Pois, é. E daqui a pouco, o iPad será obsoleto e assim por diante. Não é nada fácil estar 'up to date' com a agilidade de transformação do mundo tecnológico. Mas é positivo saber que existe algo novo; pelo menos para se ter consciência das alternativas disponíveis na hora de se trabalhar em algo ou na hora de se fazer algo, de pensar sobre uma ideia...
Com o passar do tempo as informações vão se acumulando e passando pelas gerações. Porém, se não dermos (nós, os letrados digitais, profissionais ou usuários leigos) oportunidade para que a inclusão digital aconteça ou cresça, haverá gerações sem tal informação. Haverá uma imensa vala de distância entre as pessoas num mundo cujo funcionamento se dará de forma totalmente digital. Esta vala, já existente no aspecto financeiro, abrangerá a capacidade das pessoas de terem liberdade e mobilidade urbana. Mas, quem sabe, incitará ainda mais o espírito colaborativo - além do virtual.
Está claro que a atitude fundamental para se prosseguir com a permanência humana é a solidariedade. Sempre.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
alteridade
Minha angústia era aceitar os diversos em seus ritmos sincopados. A menina feia, com seus jasmins; o menino lindo, com sua hipnose. A peruona espanhola com sua britadeira de partir o dia a dia. As pessoas que valem a pena são assim: têm traços transparentes. Não se medem pelas cores nem pelos apetrechos. Elas nos inquietam sem usar os peitos ou as nádegas. Elas não somem da memória. O menino mais bonito que eu já conheci tinha um olhar tão doce que eu não lhe sabia a cor dos olhos. E ele me fez agrados tão bonitos que não guardei-lhe as medidas. Até hoje, e sempre, o que me faz lembrar dele é um beijo de olhos fechados, no meio da tempestade de vento, e um armário cheio de chocolates.
ana elisa ribeiro
ana elisa ribeiro
sábado, 23 de janeiro de 2010
inauguração
as duas forças responsáveis pela eclosão de novos mundos: conhecimento e amor
in: contos do mal errante, escritora maria gabriela llansol
inaugurar o blog no ano de 2010. ainda não descarregamos a foto do wrap que meu gourmet fez no começo desta semana, em que cheguei depois de um mês em Vitória, naquela delícia de praia, enfrentando a barra que é a vida, com os espinhos e espumas...então, o primeiro passo será dado com esta frase que encontrei anotada aqui ontem, quando fazia uma geral no 'escritório' (as gavetas da mesa do computador e a caixa de bombons em que guardo os comprovantes do visaelectron, de depósitos e os extratos). Joguei um monte de papel fora e deixei este e uns outros que considerei aproveitáveis.
em uma conversa com minha irmã nestas férias, eu confidenciei um projeto de vida para quando não houver mais nada interessante. vi um homem na tv, programa Brasil das Gerais, na Rede Minas. É encantador o que ele faz. eu já sei para onde ir quando me aposentar, ou quando quiser chutar o balde (de novo). a direção será o norte de Minas. o Tião sempre diz que na vida a gente só tem que ter uma coisa: saúde. o resto, a gente tem que ser: ser feliz, ser livre e ser educado.
"Ah, se eu ganhar na mega-sena eu vou ajudar um lar de velhinhos, uma instituição que cuida de animais e encaminha para adoção..." por que a gente precisa ganhar na mega-sena para fazer isso? a gente não pode fazer isso agora?
Bi, aquele seu projeto de passar o Natal de modo diferente daqui em diante...eu tô dentro, viu?
e por que esperar para ir visitar o Tião? minha breve parada será Araçuaí.
um beijo
em uma conversa com minha irmã nestas férias, eu confidenciei um projeto de vida para quando não houver mais nada interessante. vi um homem na tv, programa Brasil das Gerais, na Rede Minas. É encantador o que ele faz. eu já sei para onde ir quando me aposentar, ou quando quiser chutar o balde (de novo). a direção será o norte de Minas. o Tião sempre diz que na vida a gente só tem que ter uma coisa: saúde. o resto, a gente tem que ser: ser feliz, ser livre e ser educado.
"Ah, se eu ganhar na mega-sena eu vou ajudar um lar de velhinhos, uma instituição que cuida de animais e encaminha para adoção..." por que a gente precisa ganhar na mega-sena para fazer isso? a gente não pode fazer isso agora?
Bi, aquele seu projeto de passar o Natal de modo diferente daqui em diante...eu tô dentro, viu?
e por que esperar para ir visitar o Tião? minha breve parada será Araçuaí.
um beijo
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
pés descalços
despir-se de supérfluos, dentro de uma concepção filosófica, que eu entendo aqui como uma concepção que compreende a origem dos temas tratados, significa não apenas um passo para a ascese, mas pode ser um comportamento intrínseco a determinada cultura. A atitude dos hippies (uma vez ouvi ou li não sei aonde que este termo não existe, ou possui uma acepção totalmente diferente – ah! pode ter sido, lembrei, quando expus e convivi um pouco com os "hippies" lá em Itaúnas – daquela usada nos anos 60 ou popularmente concebida. Mas como ouvi a palavra do Prof. Jacyntho há poucos dias, não há mais dúvida de que posso usá-la). Retomando, a atitude dos hippies segue este pensamento de livrar-se do peso dos tabus, dos valores materiais e harmonizar-se com os elementos naturais, extraindo da natureza os produtos que ela oferece como sementes para fabricação de adornos e até alucinógenos. Também o povo indígena é um exemplo da integração humana à natureza e à própria natureza animal do homem.
O pé descalço, símbolo de humildade para os franciscanos, talvez pudesse também ser entendido como gesto de integração ao natural, ao ambiente, e de igualização com o outro, com as outras pessoas. No folclore brasileiro, na cultura popular brasileira é frequente ver danças e rituais musicais realizados com os pés no chão. O forró, por exemplo, quando dançado de forma até, eu diria, extática, as sandálias são deixadas de lado. Esta ação promove ainda uma aproximação maior, no sentido de "ficar igual" com a comunidade ali reunida para dançar.
Em lugares em que se quer estabelecer este contato mais direto com a paisagem natural, é possível passar vários dias – os nativos passam mais tempo, é claro – descalço.
Pé descalço é um modo de tomar um rumo pessoal para onde se quer ir em determinado momento.
aproveito para homenagear a Cris, mestre em educação pela fae/ufmg e "mamãe noel" todo ano.
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