quinta-feira, 29 de outubro de 2009

delay


Demorei pra entender Os Simpsons. O seriado de animação já tem 20 anos. Eu começava a assistir, mas nunca fixava a atenção na estória. Na verdade, isso acontecia porque eu não estava "captando a mensagem", não estava entendendo absolutamente nada. Mas agora, o meu noivo assiste todo animado e eu vejo com ele. Daí, parece que, ou comecei a prestar mais atenção, assistir com mais paciência ou...amadureci! (Nossa, mas que sinal de amadurecimento...entender Os Simpsons! Será que procede ou pirei de vez?) Bom, mas o fato é que tô me apegando aos personagens, iniciando uma relação de carinho com a Lisa e a Margie e achando o Homer super engraçado! Ele representa todos nós, sem as máscaras.
E os caras que criaram aquilo ali são geniais. Há cada referência mais brilhante que a outra, como trilhas sonoras bem sacadas. Em uma cena que vi hoje eles colocaram uma tela como se fosse do youtube no momento em que o Homer fazia uma retrospectiva mental de sua trajetória de vida. Super legal.
É... que bom que já consigo entender Os Simpsons! Já posso casar.

sábado, 24 de outubro de 2009

escrita llansol

Caminhando na leitura de finita e prestes a escrever um texto sobre o livro, deixo um fragmento.

"[...] às vezes, sinto-me destruída, no meu destino, pelas coisas ferozes de uma realidade social a que, no íntimo, nunca aderi."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

aquela nuvenzinha pairando sobre a minha cabeça...

a chuva começou a cair no momento em que eu ia sair de casa. Mas saí de sombrinha e ela amenizou. Ao entrar no ônibus, caiu forte. Sorte a minha. Mas, de repente, sobre o assento em que eu me sentei, começou a cair água. Molhou meu braço esquerdo. Tudo bem. Fazia calor, muito calor. Mas toda vez que o ônibus freava, aquele fio grosso de água caía sobre mim. Eu via a moça na minha diagonal me olhando e, pelo reflexo do vidro à frente, via que o rapaz sentado no banco atrás de mim também me olhava. Todos calados. Eu também. Fingi não ligar para a água me molhando dentro do ônibus e torci para chegar rápido. Tentei dormir porque assim, de certa forma, eu não estaria ali, mesmo estando fisicamente. Entrei na sala de aula em que aconteceriam as apresentações escolhidas por mim na programação da SEVFALE e me sentei. A certa altura, o celular da mulher sentada a meu lado tocou alto. Ela havia saído da sala. A professora que coordenava as apresentações olhou para a minha cara. Eu a encarei.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

curtinho

Eu falei e disse: "Quando fizer 30 anos, vou cortar meu cabelo curtinho!". E assim fiz.
Adorei o resultado. Me senti muito bem. Mas aí, como meu cabelo cresce rápido, tinha que cortar para manter o corte e nem sempre os cabeleireiros acertavam. Então, fui trocando de cabeleireiro, tentando encontrar algum que me entendesse. Até que resolvi deixar crescer para dar um descanso ao cabelo (se é que isso existe) porque senti que ele precisava pesar um pouco para voltar ao normal. Hoje ele está bem grande em relação ao "joãozinho", está todo mundo me elogiando, mas uma pessoa não está gostando dele assim: eu.

Por isso, amanhã, vai ter tesoura!

E procurando por um corte legal na internet, me deparei com este post, do qual gostei pra caramba.
Minha ideia é ter cabelo grande – ou voltar a ter cabelo grande, porque sempre tive durante a adolescência e "vintes" – aos quarenta anos. Acho lindo quarentona e cinquentona de cabelão, como a Malu Mader, a Maria Fernanda Cândido, a Cristiana Oliveira etc.
Pretendo, também, pintar de ruivo, usando tintura natural ou tonalizante, ao invés de tinta química. Aos 60, quem sabe, eu deixe ele todo branco? Ou mais tarde, aos 70, se eu for seguir o exemplo da minha mãe, que está linda aos 60, com mechas claras, e tal.
Escolhi cortar amanhã por causa da lua cheia. Vi num programa do GNT que um salão promove o dia da lua cheia, algo assim, e que este período propicia os tratamentos e cortes.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Grande

Posto hoje um texto que escrevi no escritabrasil porque hoje o Arnaldo Antunes esteve na ufmg, mas fiquei com preguiça de multidão.
Um beijo.

Ver o Arnaldo Antunes recitando seus poemas, cantando suas músicas e conversando sobre seu processo de criação, ao vivo, esta noite, foi um grande privilégio.
O artista cumprimentou o público presente no Ofício da palavra, no Museu de Artes e Ofícios, de forma muito receptiva, transmitindo conforto e certa informalidade. Ao falar seus textos, marcava o ritmo com a cabeça, um jeito particular, assim como sua voz, tão característica e inconfundível.
Ele fala de sua conexão com a escrita de uma forma prazerosa, como se esta relação fosse tranquila para ele, mais até do que a relação com a música, enquanto instrumentista. Ele contou que, por volta dos doze anos, escrevia e fazia aulas de violão e, hoje, em seus shows, prefere apenas cantar, pois o instrumento o deixa um pouco preso. Neste sentido, ele diz, seria mais um compositor do que um músico. Para que as palavras pudessem alcançar “algo mais”, ele julgou interessante que elas fossem entoadas e, muitas vezes, uma poesia lida não faz tanto sucesso quanto a musicada. Por outro lado, uma bela poesia pode não combinar com certa melodia e o processo de transformá-la em canção vem a falhar.
Arnaldo Antunes ressaltou a importância do trabalho formal, além da inspiração e emoção. “Através do trabalho é que se consegue emocionar”. Ele usou o termo “labuta” ao se referir ao que seria o “corpo a corpo com a linguagem”. Mencionou que é necessário tirar o que está sobrando, por meio de uma subtração. A escrita seria um processo de constante refazer, em busca de clareza e concisão.
Um dos poemas escolhidos por ele para ser falado foi postado aqui no blog em 18 de fevereiro. Outro, “virou” poema visual depois de ser música: O quê. Seguindo a trajetória de um círculo, em que está escrita toda a letra da música, é possível cantá-la, parando em qualquer ponto e retomando a leitura circular de conteúdo vazio e filosófico, segundo o autor, uma vez que não é o que não pode ser que não é(...) não diz nada e forma um círculo que questiona os limites da linguagem.
Sobre influências e preferências pessoais, citou Manuel Bandeira, Oswald, João Cabral e outros. A poesia concreta o marcou pelo fato da incorporação da imagem, o que também acontece agora, com a tecnologia, a qual possibilita que um único recurso gere imagem (foto), som, texto e vídeo (movimento): o computador. Se antes o livro era para ser lido, a música para ser ouvida e as artes plásticas para serem vistas, hoje há a interface entre as mídias.
Questionado sobre o conceito de língua, com base na possível proibição de palavras em inglês na língua portuguesa, proposta de um político brasileiro, responde que "a língua é uma matéria mutante". Cabe aos falantes permitir ou não a permanência das palavras.