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terça-feira, 28 de julho de 2009

Poesia digital



Este poema foi feito a mão com muito custo (rsrs) em uma das oficinas de artes literárias do Festival de inverno da UFMG que rola agora, neste exato momento, em Diamantina. O poema é de minha autoria e sua tradução para o meio digital foi realizada por meio do programa FlashCS4, usando recursos de fotografia feita com câmera de um telefone celular e áudio captado com gravador em mp3. Eu não conhecia o flash e, então, recebi a preciosa ajuda das professoras Ana Paula Ferreira (faz doutorado na UFMG orientada pela Prof. Vera Casa Nova) e Audrei Carvalho (artista visual de São Paulo, estudou poesia concreta no mestrado).

Agradeço ao Jackson, por ter feito a voz e à Carolina, por ter tirado as fotos e desenhado o 'rabisco' junto comigo lá na quadra da escola estadual!

Valeu demais a experiência, confesso que pensei em desistir, voltar para Belo Horizonte, mas deixar um desejo incompleto...não. Agora, pelo menos sei como pedir um help a alguém mais experiente quando for começar um novo projeto como esse. E por ser o primeiro passo, considero que não está maduro o suficiente, mas é uma grande alegria e evoluirá. Sempre coletivamente.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Surreal ou Sob o real

e ela notou a possibilidade da realidade sobre a delícia do que o underground da experienciação lhes proporcionava, ele que acontecia.

Olhou para trás, em direção às duas. Retardou o passo. Parou no bebedouro. Espiou pelo corredor.

Prosseguiu. Sob, sub, under.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Crescer


Volta e meia

muda

troca de opinião

muda

troca de profissão

muda

troca de endereço, de cidade, de namorado

e o nome não muda

o eu não muda

então...

eu, aparece pra mim!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A dúvida

"... Cometemos talvez algum ato medonho,

Se possível explica este meu frenesi,

Estremeço de medo ao dizeres: 'Meu sonho!'

No entanto eu sinto a boca em direção de ti."

in: Baudelaire, Charles. As flores do mal.

sábado, 1 de novembro de 2008

Quem tem o quê?

Você tem cheque?
O cheque tem fundo?
Você tem celular?
O celular tem câmera?
Você tem casa?
A casa tem piscina?
Você tem carro?
O carro tem gasolina?
Você tem tv?
Ela tem Discovery?
Você tem bolsa?
Ela tem braço?
Você tem shampoo e condicionador?
Eles têm cabelo?
Você tem som?
Ele tem ouvido?
Você tem anel?
Ele tem dedo?
Tem?
Tem? Tem?
Tem?
Tem?
Tem?
Tem?
Tem?
Tem?


Você TEM?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Miss Lambright


Miss Lambright vive atulhada
entre cores.
Áfricas inteiras, recifes de coral
suas paredes latejantes.
As máscaras aprenderam sua cabeleira metálica
esponja de aço
inoxidável
contracanto das platinum blondes.
Seu universo está em contínua expansão.
Nas tardes de domingo
proverbial grafiteira
ela picha pneus velhos em tons azuis.
Cascalhos roubados do Blackstone River
pintados em vermelho cadillac
empilham sagrados muros
de um cemitério familiar
onde dorme o gato branco.
No cantinho de Miss Lambright
tudo se encontra.
Cipós enluarados descarregam volts
sobre a cafeteira automática.
Bric-a-brac de bolso
Miss Lambright poeta sem saber
sem precisar saber
metáfora de si mesma.

Marcus Vinicius de Freitas

FREITAS, Marcus Vinicius de. No verso dessa canoa: poemas, 1993-2005. Vitória: Flor&cultura, 2005.

Marcus é Doutor em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Brown University - EUA, é meu professor por acaso e agora, por escolha, porque entro na aula dele sem fazer matrícula e, como disse a Emília, sou "a aluna não-matriculada mais presente", ou a intrusa oficial! Além de tudo, ele conhece o pessoal da UFES (Bith, Raimundo, Gazu, Salsa, Lino) e a Danuza Menezes. O que dizer, então? Tudo de bom!

domingo, 21 de setembro de 2008

Sensação de zero grau

Domingo branco
frio
mudo

Eu falei
o necessário
para nos curar

Mas isso provoca secreções
doloridas
e um vão profundo

Eu não posso suportar
esse buraco branco
impiedoso

Até que aquiete o efeito
colateral
e minha pena seja cumprida

Nossa saúde devolvida
por um movimento completo
do ar dentro do peito

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Odes Sáficas I

(...)

Assim eu vivo regaladamente;
Livre de laços, livre de perigos,
Durmo tranquila; ou de sentinela
Guardo-lhe a lira.


José Bonifácio

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Mar

Pouco mais de dois meses longe do mar.

Busca pela energia solar
Ida para o lugar que margeia
as águas azuis
com ondas musicais
e ele está bem azul

A praia é um conjunto
sol, mar e terra
e o vento entra em contato direto
com os ombros, com as costas
descobertos

A solidão do mar e a minha solidão
são uma só

Caminha sobre a areia
e a água cobre os pés
e volta
o tato dos pés sentiram
o morno da água
e o corpo deseja entrar

A água macia me encobre
e eu rio

Deixa o Sol secar cada gota

Que a solidão do mar e a minha são uma só

domingo, 15 de junho de 2008

Bacante

Pavios de vela a incendiar
Bebida de Baco
Luar

Suba na minha sacada
Armadilha pronta
para depois da noite
te libertar


2007

domingo, 4 de maio de 2008

Ao sorriso

Ao sorriso de uma pele de chocolate, inspirado ao dançar forró.

Margaridas
Quando me encontrei
Em plena decadência física,
Realcei os músculos
Que não tive jamais,
Com um pouco mais de panqueique.
Para saber se choveu de madrugada,
Veja se riem as margaridas.
Caso não as tenha,
chova você.
Caso não tenha sequer panqueique,
use a pasta de dentes
Afinal,
pra que serve sorrir?

Renato Fraga

sábado, 3 de maio de 2008

Avião

37 mil pés
Acima das estrelas
Meus pés



Juliana/setembro 2006
Vôo de Salvador para Belo Horizonte