segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vestígios da Presença Humana

Depois que postei sobre objetos de utilidade e de decoração que temos em nossa casa, eu e meu amigo Paulo vimos, por acaso, a exposição que dá título a esta postagem. Gostei muito das fotos, que mostram cômodos da casa, ora organizados, ora bagunçados, coloridos, empoeirados. Objetos de uso pessoal, religiosos, sentimentais.

Uma exposição fotográfica do Felipe Zig, para quem vier ao Campus Pampulha.
Na Biblioteca Central (1ºpiso), até dia 05 de julho.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Móveis de casa




Quando vi as fotos da “casa-ateliê” da Adriana Yazbek, lembrei do Matuzalém.
Que saudade! Ele passou, como herança, de república em república, lá em Governador Valadares.

Certa vez, decidimos pregar nele um monte de fotos, como um mosaico. Nessa época, ele já perdia a função de armário, por se encontrar em “fim de carreira”.
Mas gostávamos muito dele e ninguém tinha coragem de se desfazer da relíquia.

O da casa da Adriana, que foi do sítio da avó dela, é amarelo, mas o Matuzalém era azul, feito de metal. Eu o conheci quando morei no BNH, com a Silvia, que foi quem o levou, e com a Mariana, mãe da ruivinha Luiza, que ainda não conheço!

Agora deu saudade das duas! E da Nilza, que trabalhava com a gente. Demos boas risadas juntas nessa vida!

Ta vendo? É nisso que dá abrir baú! Um móvel como o Matuzalém possui a capacidade de registrar na memória a existência de amizades, e de fazer voltar, bem frescos, ótimos momentos de convivência, aprendizado e alegria.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Para Bi



Espero que goste.
Um beijo.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cíntia Moscovich

(SEM TÍTULO)
por Cíntia Moscovich

A vida inteira pela frente.
O tiro veio por trás.


In: FREIRE, Marcelino (org.). Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século. Cotia: Ateliê Editorial, 2004. 2ed.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Futebol

As Copas do mundo, na minha infância, eram muito alegres. As pessoas faziam pinturas super bem feitas nas ruas. As crianças também ajudavam, pintando o mascote (me lembro do Laranjito!) ou liberando a criatividade. A gente torcia com muita paixão.

Na adolescência, havia aquele esquema de ir para o clube assistir ao jogo e depois, para algum point em que rolava paquera. Na faculdade, a reunião era em alguma República (uma vez, por acaso, disponibilizei a minha e, quando minhas companheiras chegaram em casa, o chão era pura pipoca e eu já estava lá na rua dançando e gritando).

Hoje me lembrei de tudo isso, enquanto ouvia a entrevista com o José Miguel Wisnik. Ele é, como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol e disse não torcer para que o Brasil fique fora da próxima Copa.

Bom, o que me chamou muito a atenção foi um pedaço da entrevista em que ele disse algo sobre os Estados Unidos. Este país conseguiu incutir no mundo inteiro o hábito "coca-cola, fast-food, hollywood", mas... o beisebol e o futebol americano não tiveram o mesmo êxito em se difundir. Da mesma maneira, o futebol, para eles, não tem importância. O professor fez uma observação muito interessante, que é a seguinte: o futebol lida com o imprevisto. A bola, por exemplo, escapa do domínio dos jogadores, é chutada para bem longe, não intencionalmente; sai, muitas vezes, dos limites do campo, etc. Ela rola, às vezes, durante muito tempo, sem que o placar se mova e, mesmo assim, a partida causa apreensão e vibração na torcida. Os jogos "de duelo", como vôlei e basquete, em que existem, basicamente, ataque e defesa, e que, a todo o momento, se pontua, não alcançam, no Brasil, a mesma popularidade do futebol. Os Estados Unidos não estão preparados para o zero a zero. Em tudo o que se faz, espera-se alguma produção.

Há um bom tempo (acho que, desde que Zagallo era técnico da seleção), ouço dizer, sem discordar, que o futebol se tranformou em uma empresa. Os torcedores são consumidores, as camisas e os jogadores são outdoors e os clubes são organizações selvagens e corruptas. O troca-troca de times, feito pelos profissionais, torna essa questão bem clara, uma vez que o valor dos contratos e não, a fé no time, é o que vale para que um jogador esteja em determinado clube.

Tenho muita pena das pessoas que se deslocam de lugares distantes, viajam em ônibus precários, por estradas perigosas, para marcarem presença na torcida. O último jogo do Brasil contra a Argentina foi insatisfatório com relação à atuação da seleção brasileira. Fazia um frio danado em Belo Horizonte, era tarde da noite, mas o estádio estava lotado. Até liguei a tv para assistir, porém, a confiança já se foi. Acho que ficou lá na Copa de 1998. Depois disso, minguou para mim. Uma situação que me faz desanimar é a violência nas torcidas. É realmente horroroso o comportamento das pessoas que se deixam ficar fanáticas, ou, talvez, como em um estado de adicção, se tornam fanáticas, sem perceber que isso não as leva a nada (de proveitoso). São aqueles que se dão ao trabalho de esperar jogadores em aeroportos para agredí-los.

Bom, José Miguel Wisnik compara esse esporte à poesia, na medida que os dribles, os passes, os movimentos em campo, lembram o momento da criação de um poema.

Assim, a arte ainda existe, em meio à lama do mundo do futebol (e, na verdade, o mundo, em certos aspectos - muitos - está um verdadeiro lamaçal). O esporte, como invenção humana, também carrega o lado mal e o bom. Só que é necessário apreciá-lo na medida certa. Sem passar do amarelo, o aviso.

http://www.chicobuarque.com.br/construcao/index.html
(link para encontrar a música O futebol, clicando em "canções / por título")

sábado, 21 de junho de 2008

Sex and the World



Era uma vez quatro amigas.
De um sarau, saiu um encontro. Apareceram coincidências e uma vontade linda de curtir a vida. Vida que havia dentro de cada uma delas.
A imensa afinidade deixou bem claro que tudo era para ser feito juntas. E aí, confidências... risadas, piadas sobre elas próprias.
Os amores, o Chorinho, a Lua cheia, o forró, os conselhos, o samba, a Arte, o Bob, a poesia, o piercing no mamilo (taí fora te chamando), o coqueirinho (Peinha, esse é o André), Los Hermanos, Renato Fraga, os artesãos, os desejos, a cabala, as águas, as mandingas de virada de ano, os novos amigos (Renato, Tiemi e Nelson), o amigo X (ou amigo oculto), os lugares novos, as definições, a distância, a lembrança.

Foto: Sana, 2004.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Homesick

Yesterday I realized that there is only a week left.
In a few days, I will be there.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sensações

Almoçamos Paulo, Daniel, Matheus e eu.

No momento do costumeiro cafezinho, nas mesas do lado de fora, Paulo me deu um batom.
Eu tirei o papel do chocolate e mergulhei ele no café quente. O Daniel olhou depressa e me viu mergulhando um charuto no café. Depois, ensinou uma receita que é a seguinte:

-ovomaltine
-café quente
-leite quente
-canela (ele não sabe se é em pó, ou se coloca a canela em pau no copo, na hora de servir)

Modo de preparo:
Bater tudo. (vou perguntar pra ele se é no liquidificador ou em uma coqueteleira, sei lá, deve ser no liquid.)

Ao chegar no trabalho, acesso a página da UFMG e encontro uma nota sobre o evento Café e Chocolate: paixão pelo conhecimento.

Uma das atrações do evento será a Oficina dos Sentidos, coordenada pela professora Leonor Guerra, do ICB. Segundo ela, café e chocolate, associados, aguçam todos os sentidos.

Pegar um cineminha

Filmes que vi com meu amigo Jomar (Carioca):

- A vida dos outros
- O sonho de Cassandra
- O signo da cidade

Todos, bons filmes. O primeiro é ótimo, Oscar de melhor filme estrangeiro. O Signo da cidade atendeu às minhas expectativas.

domingo, 15 de junho de 2008

Bacante

Pavios de vela a incendiar
Bebida de Baco
Luar

Suba na minha sacada
Armadilha pronta
para depois da noite
te libertar


2007

sábado, 14 de junho de 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Imprevisível

A Dona vida prega peças, a gente já sabe.
Mas não se sabe a hora em que isso vai acontecer. Daí, o susto é inevitável, às vezes bom, outras, nem tanto. Mas essa surpresa sempre leva a reflexões, é só uma questão de colocá-las em prática. Vivendo e aprendendo. De quem será essa frase? Ou é um ditado popular, vindo da sabedoria coletiva? O que sei é que, realmente, a cada dia, ao sairmos para (me permita, mestre) matar o leão diário, algo inesperado pode acontecer.

Convido uma colega de faculdade para o forró de quinta à noite, ela se anima e diz que vai chamar mais pessoas. Na quarta, diz que não vai porque acorda cedo na sexta. Me bate um início de mudança de idéia, quase desisto de ir sozinha, penso na volta, sem ônibus circulando, sem carona, com taxímetros desesperados rodando nas ruas. O corte de cabelo me levou 30 reais, fiquei com 20. Ainda tenho que pagar a entrada e o guarda-volumes, para pôr meu caderno, minha pasta de plástico com folhas de papel que os professores entregam, meu livro de latim, minha bolsa gigante contendo garrafa de água, bolsinha de “primeiros socorros” (com fio dental, absorventes, remédio para dor de cabeça, para cólica, pinça, colírio, esparadrapo, lenço de papel, Halls preto), celular, chave, carteira, outra carteira, bolsinha de moedas, lapiseira, borracha e caneta. Há, ainda, minha jaqueta jeans para guardar.

Durante a aula de latim, envio mensagem a um amigo, na intenção de que ele me arranjasse uma companhia. Sem resposta.
Saio da aula e encontro uma amiga no ponto.
_Vamos pro forrozim, Aiko!
_Não, eu não sei dançar!
Ela senta ao meu lado no ônibus e eu insisto só mais uma vez. Nada.

Abro a bolsa gigante, pego a sapatilha, troco a sandália. Dou sinal e desço no ponto em frente ao Ziriguidum.

Há pessoas na porta. Fico com vergonha dos meus óculos, do meu cabelo cortado, da bolsa gigante. Entro, na cara e na coragem. Ganho pirulito e cortesias para o forró no Espaço Brasil. Me dirijo ao guarda-volumes. Me dirijo ao banheiro. Troco a blusa, passo gloss. Vou novamente ao guarda-volumes, guardo tudo.

Fico em pé, de braços cruzados, em um canto. O mais corajoso dos homens me chama para dançar. Ele está descalço e desliza no chão. A banda começa a tocar. Danço com vários pares, inclusive com um angolano que fala kimbundo. Um deles diz:

_Você vem sempre no Ziriguidum?
_Não, porque é muito longe da minha casa.
_Onde você mora?
Respondo.
_Nós somos vizinhos, eu moro na Inconfidentes.

Durante a próxima hora, fico dançando com outros pés-de-serra e pensando em como perguntar ao morador da Savassi: Você veio de quê? Mas pareceria muito interesseiro da minha parte.
Ele me tira novamente para dançar.
_Olha, Juliana, se você quiser carona para voltar... você não me conhece, eu não te conheço, mas...
_Eu quero!
De qualquer forma, encontro o Rubens, que sempre vai lá. Mas ontem eu estava a fim de ir embora mais cedo, o que não acontece quando se está de carona com ele.

Ali naquele lugar havia uma interação muito humana entre os presentes. A impressão que dava era de que todos haviam ido de coração aberto, para se relacionar com o próprio corpo, por meio da dança, para relaxar, para esquecer de tudo e lavar a alma. Ainda existem pessoas confiáveis, autênticas, “na delas”, gentis. Imprevisto. Que beleza sentir essa sensação boa, desde que cheguei sã e salva em casa.

Hoje pela manhã, o susto. Acordei tarde e, apesar do bilhete para que me acordasse, minha colega de trabalho, a pessoa mais delicada, de tranquilidade mais inabalável que conheço, chamou minha atenção por eu não estar de pé na hora combinada. Ela está coberta de razão.

E eu, aprendendo.
A vida é um imprevisto. Criei um provérbio.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

ET

Quando corto o cabelo, fico igual ao Rusty, meu cachorro, quando vinha da tosa.
Borocochô... jururu... meio de banzo...
Demoro de 2 a 3 dias para acostumar. Quando não gosto do corte, uma semana.

Falar nisso, hoje eu vi um bulldog inglês passeando na calçada! Todo festeiro, pulando, com aquelas patas pesadas, totalmente dócil!
Esta foto é de um filhotinho que quase levei (não fosse a falta de dinheiro, de tempo passado em casa e de espaço) em uma feira ano passado. Ele se chamaria Ed.
O Rusty é cocker spaniel inglês.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Elas também me entendem!

Gente, essas duas guloseimas maravilhosas, de fabricação caseira, são o porto seguro do chocólatra. As mãos que as fabricaram sabem que o paladar desses loucos não se engana. Eles jamais caem duas vezes no truque do brigadeiro de lata, por exemplo.

A da esquerda é um PÃO DE CHOCOLATE. Vocês já viram isso? Reparem que, ao partí-lo, um recheio generoso de chocolate, com pedacinhos de chocolate, se revela. Ele se estende por todo o pão. E a massa é integral, isto é, trata-se de uma iguaria natureba de chocolate!!
Preço: R$1,25

O outro mimo é um pirulito de chocolate. Um biscoito (tipo maizena), com recheio de brigadeiro, coberto com chocolate!
Preço: R$1,50

They got it.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pé-de-serra



Hoje estou com vontade de falar de música. Música brasileira. Ritmos tocados com instrumentos de percussão... é que desde sábado à noite, entrei em uma onda forte de forró. Enquanto tomava banho, coloquei o Forró Raiz para tocar. Depois entrei a dar nó nas pernas, lá no Espaço Brasil. No domingo, acessei o You Tube para, pela primeira vez, procurar vídeos de forró. Na verdade, eu procurava o Duani. Mas aí, encontrei também Dona Zefa, bom até demais! Desliguei para não desconcentrar porque, na realidade, o computador foi ligado para eu trabalhar em uma Revisão, sabe?

Estou falando aqui de triângulo, zabumba e sanfona, combinado? Eu sei que Luiz Gonzaga já recebeu críticas. Ainda bem que tenho em quem me apoiar. Em Mario de Andrade. Para mim, o forró é um ritmo musical fascinante, que, quando dançado, faz a gente esquecer o próprio nome.

(aliás, como diz minha amiga Pat, não conversa comigo enquanto estou dançando, não, que chatura!)

É que há alguns que fazem interrogatório. Eu, quando não finjo não escutar, respondo coisas delirantes. Numas dessas, já fui até pandeirista! O que você faz? Toco. Toca o quê? Pandeiro. Mal sabia ele que eu estava aprendendo o be-a-bá e não saí dele até hoje.

Bom, acho que posso começar a falar de um músico que adoro, para fechar com chave de ouro (a Pat usa essa expressão para ir embora do forró, dançando com um forrozeiro fera).

Falo do maestro Guerra Peixe (1914-1993). Ele veio de Portugal, viveu em Petrópolis, Rio de Janeiro, Recife. Aos nove anos, tocava vários instrumentos, entre eles, os de corda e o piano. Pesquisou o folclore brasileiro, foi professor universitário. Nos anos 40, tocava em salões, confeitarias... já imaginou? Deve ter sido um tempo muito bom!

Ele foi arranjador, regente e diretor musical em um LP do Tom Jobim, para ilustrar a quem não o conhece.

A música Ponteado provoca alegria, mas não encontrei a melodia para postar, porque isso é complicado, há a questão de direitos autorais em sites que contém (continham) esse conteúdo, por exemplo, o olga.

Mas nas bibliotecas de Escolas de Música certamente deve haver uma forma de apreciar o maestro e seu Ponteado.

Foto: Flickr

domingo, 8 de junho de 2008

Ela me entende

Hoje eu preciso de uma panela de brigadeiro.

sábado, 7 de junho de 2008

Cronômetro

Quero te beijar por mil segundos

respirando seu fôlego

a sentir texturas suas

Esteja hoje no local de sempre

em meus desejos

que me fecham os olhos

me atormentam

e viciam

peito adentro

anonimato

noite afora

nunca mais

sexta-feira, 6 de junho de 2008




Vírus
.
Foi tudo meio sem querer
Atraído por uma bela imagem
E uma inteligente mensagem
Executei no esquema pagar pra ver
.
Agora é tarde, destruiu meu HD
Nem formatando toda minha vida
Vou conseguir te esquecer
meu_amor_por_voce.exe

Envenenado por Serjones

Encontrei essa poesia ontem, enquanto passeava por blogs do Rio de Janeiro e achei LINDA.

Foto: Flickr


quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cê tem um Dramin aí?

Um não pode correr muito, por causa de problemas no joelho, outro não pode comer camarão. Uns não podem com lugar fechado, têm claustrofobia (eu também), uns, medo de cachorro. Um não pode carregar peso porque sofre de dores na coluna, outro tem que comer de 3 em 3 horas. Uns não usam cabelo preso porque têm orelhas de abano, outros não conseguem escovar a língua de manhã. Uns não podem tomar penicilina, outros, não podem comer nada com glúten.

Eu não posso ler livro dentro do ônibus. Tenho enjôo (além de ter alergia respiratória e claustrofobia). O jornal do ônibus, publicação da Prefeitura de BH divulgada no interior do coletivo, possui uma seção chamada Gentileza urbana é... e, a cada edição, o assunto muda, por sugestões enviadas pelos usuários. Uma vez, a gentileza urbana era não tirar casquinha das passageiras quando o ônibus está lotado. Hoje, os dizeres eram assim: ...usuário que sente enjôo durante as viagens ter sempre à mão um saco plástico.

Uma vez eu enjoei com força. O ônibus ia para aquela lonjura do BH Shopping (saindo da Av. Brasil com Afonso Pena). Eu não estava lendo nem nada (aliás, não ouso fazer isso). Segurei aquela sensação horrível, sofrendo e mentalizando e, de tanto segurar, deu tilt, minha mão esquerda não se mexia, e acabei marcando uma consulta no neurologista para ver se estava tudo bem.

Uma vez eu comi (pra nunca mais, eu juro) o tal do creme de papaia com cassis, que eu já havia provado e constatado seu gostinho de remédio e não deu outra. Foi descer do buzu e entrar em local permitido a nauseados.

Naquela (ah! agora vocês vão se solidarizar!) embarcação para Morro de São Paulo, fiquei tão mareada que, chegando em terra firme, corri para o LPN (local permitido...). Ao sentir o cheiro do LPN, a coisa piorou. Quando abri a porta, pálida, fraca e descabelada, a moça da limpeza reclamou que eu havia sujado o chão. Mas é que a lixeira era daquelas de plástico, toda furadinha, sabe? Eu não atinei.

Hoje o Daniel perguntou se eu ia para Buenos Aires de ônibus com o povo da Biblioteconomia (Ciência da Informação).
Esse ano uma turma da Letras vai para Belém, em uma viagem de 3 dias by bus.

Se eu vou?
Olha, nem se me ... deixa pra lá, né?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Diversão

bactéria num meio é cultura


Abrir os olhos, aguçar os ouvidos, despertar os sentidos.
Apreciar Arnaldo Antunes.

Amanhã em BH.
Num vô, não. Dou um link para um texto meu, Grande noite, sobre um bate-papo com ele.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Johnny and Tim

Hoje almocei com um amigo no restaurante universitário (tá bom, no "bandejão"!) e ele me perguntou: Qual o diretor que você gosta? Fora o Tim Burton, fala outro!

Sou apaixonada pelos filmes do Tim Burton e pelo ator Johnny Depp. Em meu trabalho, entre outras coisas, recebo a produção literária anual de várias editoras, que colocam seus livros para concorrer ao Prêmio da FNLIJ. Na FaE há um grupo de pesquisa, o GPELL (Grupo de Pesquisa do Letramento Literário), que participa do processo da fundação como votante.
Bom, um belo dia, recebemos um livro intitulado "O triste fim do pequeno menino ostra e outras histórias", da editora Girafinha. O autor era o Tim Burton e, então, li o livro, como faço com muitos pelos quais me interesso, antes de carimbá-los, cadastrá-los e enviá-los aos votantes. As ilustrações desse livro são do próprio Tim Burton, com aqueles personagens característicos que conhecemos e são diversas pequenas estórias.

Depois de comentar sobre o assunto com uma pessoa querida, ganhei o livro de presente.

Bom, para fazer o coração trabalhar um pouquinho, aí vai a foto - como diz o Tuti Maravilha - DELE !


domingo, 1 de junho de 2008

Ciência e Arte



Parte

Concreto, milímetros, centímetros, circunferência
a minha parte ciência
Link, citação, método, ordem, referência
a minha parte ciência
Discussão, conclusão, evidência
a minha parte ciência
A nossa pesquisa atravessa as noites de outros estados, de sotaques enraizados e gostos engraçados – aqui a gente come assim; aqui a gente dança assim; aqui a gente faz assim.
Atravessando as noites engrossamos a substância de um recipiente ilimitado de sensações e dados.
Se faço com o que sinto e experimento um resultado negativo, a expressão não me deleita. Se positivo é o resultado, parar de ler, ouvir e ver, não quero mais. E as estantes já estão cheias e todos os rascunhos preenchidos.
a minha parte arte.
Se já não suporto estes sapatos e a armadura que me vestem
a minha parte arte
Se porém, atravessando uma noite aquela estrela, uma estrela me pedir uma prova? A que parte vou pertencer? Já tenho dados e sensações. As duas partes me cabem ter. Ilimitado aprender, ser.


Juliana


A 40ª edição do Festival de Inverno da UFMG tem o tema Arte: Essencial. Na página de apresentação, um texto claro como os relatórios científicos; bem tratado como uma obra de arte. Em uma de suas passagens, referência a duas noções intrínsecas à Universidade: produções científica e artística, regra e criação.


Vida, ciência e arte: todas se nutrem do mesmo húmus, a curiosidade humana, a criatividade, o desejo de experimentar. Todas são condicionadas por sua história e seu contexto. Todas estão imersas na cultura, mas imaginam e agem sobre o mundo com olhares, objetivos e meios diversos.


O diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em entrevista à Folha de São Paulo (reportagem de Eduardo Geraque), reflete sobre a missão básica da universidade, que não seria gerar inovação tecnológica, tampouco resolver problemas sociais, mas educar. Assim, ele estabelece sua posição contrária à visão utilitária da universidade e afirma que ela contribui na formação de recursos humanos.


Não temos de ficar perguntando para que serve aquela pesquisa, que problema ela vai resolver. Que utilidade tem descobrir que a idade do Universo é 13,7 bilhões de anos? Se procurarmos utilidade disso em termos de geração de empregos, não vamos achar. Responder a perguntas sobre a literatura, por exemplo, apenas a academia pode fazer. Nenhuma indústria vai querer estudar isso. A universidade no Brasil precisa recuperar a convicção, que já teve um dia, de que avançar o conhecimento e educar bem os estudantes é a contribuição que a sociedade espera dela. As pessoas, depois, poderão ser usadas tanto na indústria quanto nos institutos públicos.

Foto: Juliana.