quarta-feira, 31 de março de 2010

Estrada de ferro Vitória a Minas


A primeira coisa que me vem à memória quando chego à estação ferroviária é a minha infância. Eu morava no interior de Minas Gerais (Ipatinga, Vale do aço) e passava as férias no Rio de Janeiro, onde tinha muitos tios e tias paternos nas Laranjeiras, em Copacabana e em Botafogo. As viagens eram feitas em um avião da empresa Nordeste linhas aéreas, pequenininho, que saía do aeroporto de Ipatinga. Meus pais nos despachavam (eu e minha irmã) e meu querido tio Elcio sempre estava lá no Santos Dumont esperando a gente. Íamos também de carro, meu pai parando a toda hora por causa dos meus enjôos. Tudo para uma criança é festa.

Mas festa mesmo eram as viagens feitas de trem para Vitória, Espírito Santo. As lembranças que tenho são alegres, engraçadas e animadas. Um casal de compadres dos meus pais (digo 'um' porque eles têm no mínimo três casais de compadres) levava também os filhos, nossos amigos, e a viagem ficava ainda mais agitada! Fazíamos um verdadeiro picnic a bordo, cantávamos, brincávamos do que fosse possível no espaço de um vagão ou de duas poltronas, comprávamos o que as pessoas vendiam nas estações, pagando e recebendo a mercadoria (picolé, manga ...) pela janela. Uma vez, minha tia Elcy, uma figura carismática e histórica na família e também entre os amigos, foi junto com essa galera. Ela tirou muitas fotografias...vou até procurá-las na casa dos meus pais quando for a Vitória no feriado de Tiradentes. Meu pai sempre gostou muito de criança e do universo das coisas naturais, mais simples, como um bolo de fubá feito em casa, uma laranja colhida no pé, uma caminhada na roça, uma conversa na varanda e de coisas talvez ingênuas, como uma farra dentro do trem. Em uma delas, ele contava um caso muito divertido e eu, pré-adolescente, levava uns óculos escuros à cabeça. De tanto rir, virei a cabeça para trás e – naquela época não havia a classe executiva, com ar-condicionado e vidros fechados – os óculos, pum! se foram pelos trilhos! Eu pedia: 'Pai, pede para o maquinista parar o trem!' porque eu adorava aqueles óculos, eram de duas cores, vermelho e preto. Depois tive um amarelo e preto, enfim...esta cena dos óculos estão nítidas na minha memória e faz parte desses momentos que a gente guarda 'para contar'.

No fim de semana que passou, fiz o percurso de trem partindo de Belo Horizonte com destino a Ipatinga. Uma moça ia viajar com o filho, mas a cópia da certidão de nascimento do menino não estava autenticada. Eu e meu marido, então, compramos suas passagens, porque a ela não foi possível embarcar. A primeira coisa que notei foi que a empresa que fazia o serviço de bordo foi trocada. (continuo depois...)

terça-feira, 23 de março de 2010

Phuff! Chocolate!



bom, nada se compara ao gosto do chocolate, ao êxtase do sentido gustativo, but...

sábado, 20 de março de 2010






Neste vídeo aqui, começa depois da parte do Maradona.

O amor vivido pelos personagens Luciana e Miguel me lembram o meu e do meu amado. Uma amizade pura, verdadeira e cheia de alegria se transformou dentro de mim aos poucos em atração entre homem e mulher e explodiu feito fogos de artifício num amor intenso, forte, que vem lá do fundo. Até mesmo as expressões, as falas do Miguel são as mesmas que vi e ouvi. Me identifico também com os obstáculos. Diante deles, amigas me disseram para pensar no que eu sentia, no que era melhor para mim, incluindo meu pai, que me falou: "sobre isso, você é a única pessoa capaz de decidir, o que eu quero é te ver feliz". Apesar disso, só com a terapia fui capaz de me conhecer melhor e, agradeço muito a Deus, visualizei claramente a atitude a ser tomada. Foi também na praia que senti a primeira atração mais nítida, quando, amigos, aos 21 anos, corríamos juntos. Ao contrário da cena do vídeo, não foi ele quem chegou para conversar. Fui eu que peguei um trem em Governador Valadares e cheguei a Belo Horizonte, no final do ano de 2000 para encontrá-lo. Em sua casa, perguntei sobre aquele cd que ele havia me enviado pelo correio, sobre as músicas, as letras...e ele verbalizou tudo o que sentia há muito tempo, desde a oitava série, quando me viu na sala. Nesse encontro, fui eu quem o beijou no rosto e, em um beijo de amor, começamos o romance. Nosso primeiro beijo foi o começo de uma história bela, de muitas passagens vividas juntos, outras, separados pela distância geográfica, mas jamais pela distância entre os corações. Voltei para onde morava com minha prima Viviane, uma amiga (Niley) e a querida Nilza e elas riam vendo como eu flutuava mesmo tendo os pés no chão!
Nos casamos dez anos depois.
Eu te amo meu amor.
Agradeço à "Dona Juju", que fez você pra mim.

Take my heart, my eyes ’cause I need them no more
If never again they fall upon the one I so adore


sexta-feira, 19 de março de 2010

Diastema


Nós temos diastema!!

A ideia de fechar meu diastema veio, foi e voltou várias vezes na minha cabeça. A Bi sempre 'desincentivou' tal mudança, por pensar que este traço natural traz graça e singularidade à beleza. Peculiar, segundo meu dicionário UNESP (querido), é o que foge aos padrões comuns; especial, singular. Certas imperfeições podem, de fato, dar charme ao sorriso, como um incisivo lateral superior desalinhado ('tortinho'); é o caso da modelo Claudia Schiffer.

Já vi, em revistas de moda, diversas modelos com dentes - incisivos centrais superiores - separados (diastema) e muitas delas com sardas no rosto. São características que, com frequência, as mulheres querem eliminar. Dessa forma, chega um momento em que fica todo mundo igual.

Assim, ficarei como sou, até porque, uma herança da minha linda mãe deve ser preservada!


ps.: este texto está tão 'incisivo' (rsrsrs), ou melhor, cheio de incisivos, porque, para quem não sabe, sou dentista!

quarta-feira, 17 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

um sonho bom

Sempre sonho com algo que aconteceu no meu dia, ou com algum assunto ou pessoa sobre os quais falei durante o dia.

Esta noite, sonhei com o Drummond.

Nem tinha pensado nele ou mencionado seu nome...

Tenho na minha estante uma foto de nós dois em Copacabana. Eu, pele. Ele, bronze.

Babaquização da cerveja

Sob meu ponto de perceber os 'movimentos' que por aí estão, no universo, no Brasil, me incomodam e nauseiam as propagandas de cerveja que associam as concepções machistas sobre a mulher. Tamanho é o desgosto provocado, que 'boicotei' a Skol há uns 7 anos, quando, depois de vários comerciais do tipo referido, a marca apresentou a Ivete Sangalo no meio de senhoras idosas, como se ela fosse um ser que nunca envelhecerá (nem me lembro bem como era o comercial, mas havia algo assim). Na época, fiquei me perguntando como aquelas senhoras aceitaram participar de tal absurdo e até hoje me pergunto como as mulheres se dão ao desrespeito de aparecerem em propagandas assim, em que são reduzidas a bundas e peitos - muitas vezes, artificiais - e a conceitos não menos reducionistas e ultrapassados, como dependência financeira, falta de inteligência, exercício de controle excessivo sobre o parceiro, etc. etc. etc.

Ai, que cansaço disso! Agora, quando eu já me encontrava exausta, vem a tal da 'cervejão' (nem lembro o nome da marca). Páreo duro com qualquer uma das que até hoje circularam. Merece, sem dúvida, a medalha da melhor série de propagandas de cerveja. Porém, as categorias do prêmio seriam a ideia babaca sobre o universo feminino do século XXI e o comportamento masculino babaca mostrado.

Hoje, ouvi na rádio que uma propaganda (de cerveja) estrelada pela Paris Hilton foi censurada pelo CONARP. O filósofo Renato Janini Ribeiro comentou sabiamente o assunto e mencionou todo esse histórico da publicidade (liberada, não censurada) que circula há tempos. Por que só agora veio a sensatez?

Bom, pensando (sempre) pelo lado bom, ainda bem que veio, não é?


sábado, 6 de março de 2010

Pandeiro Mineiro

Grupo do qual participei na primeira formação, sob "regência" da linda e querida Danuza Menezes:


quinta-feira, 4 de março de 2010

dia cinza

ontem choveu muito em bh. de manhã, andei a pé, resolvendo questões de ordem cidadã, vamos dizer assim. isso inclui fazer seguro residencial, atualizar nome na receita federal etc. as calçadas eram enormes poças, difícil andar. o nível de água nas ruas se elevava rapidamente. saí sem tomar café da manhã e, sem almoçar, peguei um transporte público para um lugar bem longe. não foi possível continuar. tive que descer porque começava a me sentir mal com aqueles vidros todos fechados, o ônibus enchendo cada vez mais e minha cabeça ficando tonta, meu corpo inquieto.

além disso, muita coisa acumulada na cabeça durante a terça-feira. muitos sustos e surpresas. isso acontece. a todo momento as pessoas nos pregam um susto e nós a elas. mas existem coisas às quais me desacostumei, ou com as quais nunca me acostumei de verdade. acho que existe tanto preconceito no Brasil, mas tanto...o de cor é o mais evidente, nem comento. mas o preconceito contra a mãe solteira, contra os divorciados, contra os analfabetos, contra os portadores de doenças como o câncer, contra o baiano, contra o carioca, contra o mineiro do sul e do norte do estado...e no meio destas reticências infinitas, achei mais um: o preconceito contra o inquilino. é! aquela pessoa que aluga um imóvel. as imobiliárias (e, é claro, nisto que estou a dizer existem as exceções), os proprietários, todos enxergam o inquilino como marginal. as relações que se estabelecem são de desconfiança, de 'pé atrás', de marginalização, mesmo que você mantenha suas contas rigorosamente em dia. há casos, também, em que correspondências são enviadas por faculdades particulares, companhias de telefonia celular, e tantas outras, fazendo ameaças ou cobranças irregulares. por exemplo: você recebe uma cobrança e pensa: 'ah! vou rasgar, eu paguei ontem! não deve ter dado tempo de processar o pagamento'. isto é o que eu chamo de relação 'pé atrás'. muitas vezes o celular pré-pago recebe mensagens dizendo para inserir créditos, caso contrário, você não continuará 'usufruindo' dos serviços. e você está exatamente ali, no caixa eletrônico ou na banca de jornal pagando pelos créditos.

o simples fato de receber estas correspondências, mensagens, advertências...já é desagradável. tudo bem, a orientação é para que você desconsidere aquele papel, aquela mensagem, aquele sei lá o quê. que tudo será resolvido, já foi resolvido e a vida prossegue. e eu até, pensando melhor, entendo que se trata de profissionalismo. as mensagens, cartas, boletos, etc. são enviados de forma...automática. isso, para assegurar que a empresa não será lesada.

mas a verdade é que eu ainda sofro. eu ainda fico com aquela vontade ou ilusão de viver em relação de cordialidade entre todas as pessoas. em um lugar onde trabalhei, lembro que num determinado momento, falei: 'eu tô perdendo minha ingenuidade!' e isso foi recuperado quando saí e comecei a trabalhar em projetos na ufmg. é que lá, a liderança é exercida pelos professores e não, por empresários. de vez em quando há aqueles funcionários (e também professores) mais arrogantes, mas de forma alguma é regra. a relação estabelecida com o aluno é parecida com a de mãe, é afetuosa, é próxima, é de igual para igual.

mas tudo passa. a tristeza passa. como essa chuva.