segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Desire

Costumava prestar bastante atenção à sua volta. Tudo o que escutava parecia ser sobre si: cochichos, risos e mais. O entorno, as opiniões, este tipo de coisa a incomodava, era importante. Sem ser. Porque apenas em sua cabeça funcionava assim. O amante, ao contrário, aproveitava os momentos em sua máxima plenitude, não havia ninguém além deles ali. Em qualquer lugar que fosse.

De repente, escolheu. Pensando em seu próprio bem, no das pessoas que ama, seguindo o coração, o que sentia, levando em consideração suas experiências... mas pediu conselhos discretamente. Ouviu os sussurros exteriores, externos a ela, à sua vida, só um pouco nela adentrados. E assim, deu em não querer continuar. Mas havia uma sua parte que previa. Conseguia enxergar lá no fim, no final da linha, quando já tivesse atravessado as dificuldades. Neste lugar ela se via pensando baixo ou alto: “foi válido”. Sim. Mas e o presente? Este momento em que quer? Querer? Desejar? Existe tal coisa quando não se é mais criança e se pode controlar os impulsos? Para ser claro, há o desejo, porém, ele não é totalmente possível, não se pode seguir o desejo à risca. Dividindo a vida humana comum – pois existem vidas completamente diferentes, mundos impensáveis, modos de vida diversos – em planos, poderíamos dizer: pessoal, sentimental ou amoroso e profissional. Em dois destes planos talvez possa haver o “eu quero”, mas em outro, tenho quase absoluta certeza, não. Quase certeza.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Beleza da sonoridade da língua

Para mim, a língua francesa e a espanhola são deliciosas de falar e ouvir. E também muito belas. Mas a mais bonita para mim é a portuguesa. Um amigo, o Cláudio, disse: "Sim, mas eu queria ouvir sem entender, para perceber melhor".

Passeando pelo blog espacollansol, ouvi áudios da escritora Maria Gabriela Llansol e constatei que é possível distinguir o som ao qual estamos acostumados – e, talvez por isso, não vejamos tanta novidade assim – e notar a beleza do português.

Na tv fechada a gente também pode ter esta experiência, assistindo àqueles canais... RTP... é português, mas não dá pra entender nada! E o sotaque, quer dizer, a pronúncia, porque o Saramago disse, né... "a língua é minha, o sotaque é vosso", é tão musical! E aquele "s" que os cariocas, paraenses e alguns nordestinos (alguns porque o baiano, por exemplo, não sabe se puxa ou se não puxa) ficaram pra eles com toda a sabedoria, é o máximo!! Eu, quando era criança, passava uns tempos no Rio e voltava pra Minas falando "Beatrixx"!

sábado, 12 de setembro de 2009

"êô o vento soprou, êô a folha caiu, êô cadê meu amor que a noite chegou fazendo frio"

Sempre quis assistir a um show do Lenine na praia. Ele veio a BHte algumas vezes, mas sempre em ginásios grandes, sem a menor graça. Este mês a cidade de Vitória fez 458 anos. Eu e minha irmã ouvimos a voz dele lá de casa e corremos para vê-lo na passagem de som, debaixo de um Sol a pino do meio-dia. Esperamos ansiosas pela noite, em que curtiríamos uma música de alta qualidade num ambiente que tem tudo a ver com o som. Lenine chegou ao palco preenchendo todos os espaços (e como dança bem!). A Lua estava bem em cima do palco, linda.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Senta a pua!

Gafieira – também – é tudo de bom.

Eu pensei em selecionar um repertório, baixar da internet e contratar um bom dj, que tenha equipamentos de qualidade, para tocar na festa de casamento. Não vai ser festão. Eu queria algo com a nossa cara, aconchegante, gostoso, agradável para os amigos e para a família. Então, um dia a gente estava ali na feirinha Tom Jobim (feirinha do colégio Arnaldo) e um grupo de chorinho tocava. Foi uma opção em que pensei. Depois, fazendo uma degustação num buffet, a simpática funcionária que nos atendeu recomendou um rapaz que toca ao vivo, "repertório de flashback, com um inglês perfeito, boa aparência", etc e tal.
Quando vimos a apresentação do Senta a pua, o Mauricio gostou e ficou imaginando eles tocando na nossa festa. Realmente eles são super legais, tocaram um baião que eu tive a impressão de que está naquele dvd do Pedro Luís e a parede com o Ney Matogrosso e que eu amo.
Entre essas possibilidades, acho que tendo para decidir em selecionar o repertório e pôr pra tocar de forma eletrônica. Caberiam as músicas que eu gosto (brasileiras) e as que ele gosta(estrangeiras) e ao mesmo tempo, os dois estilos nos agradam, apesar das preferências. Isso agradaria também os convidados, eu acredito.