sexta-feira, 28 de agosto de 2009

sentidos pessoais

Foto: Jackson Abacatu
são construídos conforme nossa vontade, conexões sinápticas, experiências, sonhos, lembranças, juntando tudo, aglomerando, dando ou não forma. processo sem volta (?)


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O filme mais bonito que já vi

Alguns filmes ficam naquela listinha nossa de inesquecíveis e são indicados sempre que possível. Entre os meus estava O tempero da vida (# 1 da lista), O céu de Lisboa (principalmente pela trilha sonora) e alguns que, talvez se voltasse a ver hoje não exerceriam em mim tanto impacto (não sei, é uma possibilidade), como Sob o Sol da Toscana.

E só agora assisti a O carteiro e o poeta. Foi semana passada.

De novo, a simplicidade.

ps.: Para quem assistiu, quando ele começa a gravar os sons de sua terra, nossa... para mim, é o ápice da fruição desta obra.

terça-feira, 25 de agosto de 2009







sentido bonito da palavra simples

ontem o dia estava assim em Coroa Vermelha.


Quando estava avaliando os livros, eu vi (bem) que existe a diferença entre simples e simplório ou simplista. E as coisas simples são de uma beleza singular. Por isso, ao falarmos a palavra "simples", na maioria das vezes, nos referimos a algo que julgamos positivo: belo, de bom gosto, objetivo, claro, sem artifícios, enfim. Porque, se pensarmos bem, quando queremos caracterizar uma coisa negativamente, utilizaremos outros adjetivos, como: bobo, comum, etc.

Bem, venho hoje de uma viagem que eu diria... foi uma delícia. Foi leve, foi simples. Praias fora de temporada são interessantes – digo, lugares pequenos que realmente vivem do turismo, não capitais urbanas do litoral, as quais sempre têm um movimento interessante o ano todo. Você está ali naquela calma, naquele espaço imenso quase só para você e começa a pensar: "Será como é que fica isso aqui no verão? Nossa, a disputa por esta mesa deve ser extremamente acirrada..." e por aí vai.

E, então, o momento se torna propício para escutar certos barulhos, acionar percepções... sobre o povo dali, o trabalho deles, sobre as relações entre eles e entre eles e o turista, entre eles e a natureza do lugar. Barulhos, eu escutei alguns: do vento, das ondas, dos pássaros que cantavam nos arredores da casa em que eu estava e o barulho interior. Dizendo coisas tão boas...

Por exemplo, agradecendo o alimento que nos foi proporcionado na sexta-feira. Vindo de Trancoso, ao descermos da balsa, fomos à cooperativa de pescadores e de lá, meu "chef" ou "gourmet" levou um peixe (Vermelho) e uma lagosta. O primeiro foi temperado apenas com sal grosso e a outra, só com manteiga por cima; ambos grelhados na churrasqueira, o que deixou aquele gostinho defumado... ma-ra-vi-lho-so. Não havia nenhum acompanhamento. Eram só as carnes brancas e macias da pesca fresca.

Os sons interiores também vêm à tona quando depois de um domingo feeeio o Sol aparece – o sorriso no meu rosto se fez assim... involuntariamente. E aí, a gente parece que solta a espiritualidade que carrega lá dentro. Agradeci a Deus e a Santa Clara por aquele dia lindo. Quando eu era pequena, minha mãe e a Lu do tio Mauro ficavam cantando: "Santa Clara clareai, Santa Clara clareou/ ô, ô" e eu sempre, pra sempre, vou levar isso comigo.

Tudo foi bom, gostoso. E cheio de simplicidade, o que tornou cada um desses dias ainda mais especiais.
O amor é simples e tão sublime. Algumas pessoas e lugares nos lembram disso.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Chinoca"

Intérprete oficial mexicana ganha prêmio de mandarim.

Ela é tradutora habitual das visitas presidenciais e ministeriais do México à China, nasceu na Macedônia, tem nacionalidade mexicana é casada com um mexicano. Entre os finalistas havia pessoas do Brasil, Austrália, Egito, Estados Unidos etc. O prêmio foi dois anos de estudos na China, um troféu, 10 mil yuanes, equivalentes a 1.464 dólares e outros regalos, como está dito na reportagem. O governo da China calcula que o ano que vem serão cerca de 100 milhões de estrangeiros estudando mandarim.
Olha que esperteza do governo chinês! Quanto mais pessoas dominarem seu idioma, mais fáceis ficarão suas relações comerciais com outros países. Além disso, a expansão da língua significa melhora em outros campos de atuação da China como o diplomático e de relações internacionais. E este prêmio é um grande incentivo para que o objetivo do país seja alcançado.
(Não é à toa que outro dia eu fui na Tok Stok e TUDO era "fabricado na China". A "Chinoca", como diz carinhosamente o Mauricio, que já negociou muito por lá, tá com tudo!).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Delícias de se casar com um chef



Até imagino, às vezes, certas receitas ou me despertam o interesse quando vejo o preparo na tv ou a foto na revista. Mas raramente ponho a mão na massa de fato. Já disse que não sinto prazer cozinhando, só que o interessante é que as pessoas me dizem que o que eu faço fica bom. Deve ser detalhismo de capricorniana; realmente eu capricho quando dá na telha cozinhar. Minha mousse de chocolate, tirada de uma receita na lata de creme de leite, cá pra nós, é maravilhosa. E sempre acho legal enfeitar os pratos: colocar uma canela em pau ao lado da xícara de chocolate quente, um raminho de manjericão em cima da massa, uma pimentinha biquinho no caldo. Como muito pelo visual, por isso gosto também de colocar os pratos em travessas legais, coloridas, modernas ou rústicas, de acordo com o tipo de comida.

Lá em Diamantina eu tomei um chocolate quente muito, muito delicioso. Foi lá na Castevi (?), será que é esse mesmo o nome? Bom, fica em frente ao restaurante JK (3 por 5). E, para meu gosto, é melhor que o chocolate do Café lado B, que é mais caro. Bom, a dona de lá é toda conversadeira e nos contou a receita: leite, creme de leite, chocolate meio amargo derretido e essência de amarula. As medidas são no olho. Segundo ela, cozinha é amor. Ela faz também trufas, barrinhas de chocolate, espagueti, e um pão de queijo daqui, ó!!

Pois, é. Quando ouço as pessoas falando assim... amo cozinhar, o tempero é o amor (apesar daquele ditado segundo o qual a fome é o melhor tempero), penso que é isso, mesmo. Quem cozinha gosta do que faz. A gente prepara algumas coisas por necessidade, quando mora sozinho, quando não tem cozinheira em casa, quando não tem dinheiro para almoçar fora. Mas preparar algo por prazer, para agradar a você mesmo ou a pessoas queridas é algo que tem um pouco de mágica, como nos filmes O tempero da vida ou Chocolate. Parece que a pessoa se embriaga com aqueles aromas e fica querendo experimentá-los (no sentido de fazer experiências), combiná-los, harmonizá-los, misturá-los de forma a impressionar no final, resultando naquela sensação que começa na boca e vai nos fechando os olhos.

Por mais simples que seja a receita, o chef amador adiciona pimenta do reino (granulada na hora, claro), ervas, enfim, algo a mais. Porque ele adora criar, adora brincar com os gostos, as cores e os perfumes dos alimentos. E aí, eu me esbaldo. Como aconteceu ontem. Tá vendo aquela foto ali? A folha é couve. A textura é de batata palha. É uma receita de couve crispy, definitivamente, entre os 2 tops da minha lista de iguarias, junto com a banana verde em rodela finíssima frita, com sal. O momento de comer essa couve é tão especial que você até esquece dos outros pratos, ela vira prato principal e não, acompanhamento do lombo de porco. Ele prepara, põe em prática, eu fico longe daquele perigo de panela com óleo quente, aquelas chamas, aqueles utensílios cortantes... e como! Mas um casal equilibrado é assim: eu lavo e organizo tudinho depois. (rsrsrs)