domingo, 9 de maio de 2010

Em cantinhos gostosos da cidade existem pessoas especiais



ontem eu conheci três pessoas maravilhosas. a tia Dedé, irmã mais velha do avô do meu marido, sua fiel escudeira Ana e sua filha caçula Gugu.
o apartamento em que a tia Dedé e a Ana moram tem cara de casa de vó! os móveis são ao estilo inglês, as paredes são cheias de detalhes como fotografias, pinturas, enfeites. a decoração é romântica e ela adora espalhar flores pela casa. uma almofada tinha cadeirinhas douradas aplicadas em sua capa. a barra da calça que a tia Dedé vestia era de renda nordestina. um dos 4 ou 5 cachorrinhos que ela cria se chama Caco e é um doce de animal!! Todo dengoso, calmo e sensível. Maurício falou mais alto quando contava um caso, o bichinho se assustou e foi para perto de outra pessoa ganhar um afago! a Gugu contou que achou ele na rua, machucado com um corte e o levou no colo até o veterinário.

a tia Dedé, que tem 86 anos, vai lançar um livro de poesias (recolhidas de suas anotações pela filha Gugu) na livraria leitura do pátio savassi no próximo dia 21.

perguntamos sobre a origem do sobrenome Minas e ela confirmou o que o Maurício já havia me sinalizado por alto, sem certeza absoluta: o sobrenome foi inventado pelo pai dela e a primeira pessoa a tê-lo foi o avô do meu marido. Veio para o Brasil um alemão, chamado Wilkes, de quem o pai da tia Dedé (bisavô do meu marido) ficou muito amigo, gostou muito dele. Então, deu a um de seus filhos o nome Wilkes. Porém, como era muito nacionalista, deixou claro no sobrenome a origem de seu menino: Wilkes Brasileiro de Minas. Assim, nasceu a primeira geração Minas; meus sogros são a segunda e eu faço parte da terceira. Um outro irmão também recebeu o sobrenome inventado. O sobrenome Nogueira, então, se perdeu em duas histórias familiares, para dar vida ao Minas, enquanto aquele sobrevive por conta dos outros irmãos.

A tia Dedé é atleticana doente, fervorosa! Pendura bandeira e tudo. Seu filho, Bebeto, foi jogador profissional do time, mas tinha que seguir com a faculdade de engenharia, não podia faltar às provas, como o seu treinador queria! Tia Dedé contou que ficou muito possessa quando uma vizinha, levando recado pela empregada, lhe mandou "saudações cruzeirenses"!

A Ana é uma figura extraordinária. É uma criatura divina especial. Olhando para ela, acredito que exista Deus, como nos é falado nas mais bonitas passagens cristãs (não naquelas em que nos são impostos valores hipócritas ou repressões). Olhando para ela, você vê a bondade. A Ana não fala, só emite sons, inteligíveis para quem a conhece há 58 anos, como a tia Dedé e a Gugu e até mesmo, muitas vezes, para mim, que acabara de vê-la pela primeira vez. Todos dizem que é uma cozinheira de mão cheia e, realmente, a tirar pelo bolo de maçã com canela e castanhas que comi, é fora de série!

Foi uma visita cheia de emoção, afetividade e alegria, que encheu minha vida de tudo o que é bom. Elas são tão amorosas que só indo lá para ver!

e Feliz dia das mães!

Foto: flickr

2 comentários:

Gabriela Galvão disse...

Cadeirinhas na almofada?!!!

Ai, deu vontade d conhecer!!! (Achei td tão chiqe!)

Mauricio disse...

esse dia vai ficar marcado pra sempre em minha vida...
o belo presente feito a mão, a reação ao receber o presente, o susto que a pressão alta aos 86 anos causou, o choro de felicidade, e o constante e lindo sorriso da ana...
ahhhh e como a ana é especial.
quero mais desta casa, quero mais destas pessoas. vam´bora ?