quinta-feira, 15 de maio de 2008

Corrupção da Arte

Em uma entrevista para o programa Agenda, da Rede Minas, o ator Walmor Chagas disse o que está claro aos nossos olhos, mas, sob o ponto de vista do artista: houve um desvio do que seria, na realidade, a atuação. Segundo ele, o profisional que atua em teatro pode, com facilidade, atuar no cinema e na televisão. A televisão seria um meio em que esse trabalho se dá de forma medíocre. Quando o ator se propõe a encenar uma peça, ele conhece a obra, recebe um personagem bem definido e tem condições de estudá-lo. Da mesma forma acontece no cinema: o ator lê o roteiro, sabe aonde a personagem vai chegar. "Na televisão, você entra como bonzinho. Daqui a pouco, descobre que é o assasssino ou vice-versa.", diz ele.

Além disso, há o fato de os atores se venderem. Hoje, as pessoas, especialmente as jovens e bonitas, são incluídas no elenco da novela do horário nobre e dali partem para a propaganda de bancos, supermercados, ajudam a vender revista, xampu e assim a emissora garante maior disputa entre os anunciantes.

Eu relaciono o que o Walmor Chagas falou na entrevista com o que minha amiga Patrícia, mestranda em Filosofia na UFMG, comentou sobre o Pedro Bial. A discussão, no mínimo, inútil, que ela contou que assistiu no programa Altas Horas, confirma a descida de um profissional do jornalismo ao fundo do poço.

Outra situação triste que acontece no Brasil é a sujeira que fazem com a música. Tão triste que, ao invés de comentá-la, prefiro citar um exemplo ao contrário. Um verdadeiro artista não precisa de mais que um instrumento, para ser bem tocado ou de sua voz, para dizer versos trabalhados para nosso deleite. Assim é Geraldo Azevedo, em suas apresentações que dispensam megaprodução. A música Taxi Lunar foi feita por um trio forte artisticamente, modelo de música brasileira genuína. Os três compositores são: Alceu Valença, Geraldo e Zé Ramalho.

Um comentário:

shikida disse...

no caso dos jovens bonitos que atuam, eu acho que a alcunha de "ator" é até um certo elogio ;-)