quarta-feira, 23 de abril de 2008

Escrita

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...

Clarice Lispector

Escrever, para mim, não é uma ação que tem sempre o mesmo objetivo. Às vezes escrevo porque tenho que entregar o texto para que o professor dê uma nota, da qual precisarei para ser aprovada no curso. Outras, escrevo porque imagino algo que me desperta a vontade de contar. Algumas vezes escrevi para desabafar: sobre repressão policial no século XXI, sobre comentários negativamente interessantes, sobre a corrupção nossa de cada dia. Escrevi, também, e-mails para cobrar e reclamar, na condição de consumidora.

Quando eu tinha nove anos, era revisora do jornal Farofino lá da minha escola (Colégio São Francisco Xavier, no interior de Minas). Era isso o que eu sempre quis fazer. E eu também escrevia. Não no jornal, mas nas aulas de Redação e Língua Portuguesa. Uma vez a Dona Ione, minha maior mestra, pediu que produzíssemos um texto e deu a última frase, que deveria se encaixar no resto do texto (ou o contrário). Ela, sem revelar o autor, leu uma das redações na sala. Reconheci o meu texto. Fiquei muito contente.

Cada pessoa possui seu próprio estilo para tudo quanto há: para falar, se vestir, dirigir, cozinhar, escrever. Começar a escrever é um pouquinho trabalhoso, mas depois que a gente "engata a primeira marcha", a escrita é um enorme prazer.

Um comentário:

Gabriela Galvão disse...

Ñ sabia desta da D. Ione... Moh honra, hein?!

Bz