terça-feira, 25 de agosto de 2009

sentido bonito da palavra simples

ontem o dia estava assim em Coroa Vermelha.


Quando estava avaliando os livros, eu vi (bem) que existe a diferença entre simples e simplório ou simplista. E as coisas simples são de uma beleza singular. Por isso, ao falarmos a palavra "simples", na maioria das vezes, nos referimos a algo que julgamos positivo: belo, de bom gosto, objetivo, claro, sem artifícios, enfim. Porque, se pensarmos bem, quando queremos caracterizar uma coisa negativamente, utilizaremos outros adjetivos, como: bobo, comum, etc.

Bem, venho hoje de uma viagem que eu diria... foi uma delícia. Foi leve, foi simples. Praias fora de temporada são interessantes – digo, lugares pequenos que realmente vivem do turismo, não capitais urbanas do litoral, as quais sempre têm um movimento interessante o ano todo. Você está ali naquela calma, naquele espaço imenso quase só para você e começa a pensar: "Será como é que fica isso aqui no verão? Nossa, a disputa por esta mesa deve ser extremamente acirrada..." e por aí vai.

E, então, o momento se torna propício para escutar certos barulhos, acionar percepções... sobre o povo dali, o trabalho deles, sobre as relações entre eles e entre eles e o turista, entre eles e a natureza do lugar. Barulhos, eu escutei alguns: do vento, das ondas, dos pássaros que cantavam nos arredores da casa em que eu estava e o barulho interior. Dizendo coisas tão boas...

Por exemplo, agradecendo o alimento que nos foi proporcionado na sexta-feira. Vindo de Trancoso, ao descermos da balsa, fomos à cooperativa de pescadores e de lá, meu "chef" ou "gourmet" levou um peixe (Vermelho) e uma lagosta. O primeiro foi temperado apenas com sal grosso e a outra, só com manteiga por cima; ambos grelhados na churrasqueira, o que deixou aquele gostinho defumado... ma-ra-vi-lho-so. Não havia nenhum acompanhamento. Eram só as carnes brancas e macias da pesca fresca.

Os sons interiores também vêm à tona quando depois de um domingo feeeio o Sol aparece – o sorriso no meu rosto se fez assim... involuntariamente. E aí, a gente parece que solta a espiritualidade que carrega lá dentro. Agradeci a Deus e a Santa Clara por aquele dia lindo. Quando eu era pequena, minha mãe e a Lu do tio Mauro ficavam cantando: "Santa Clara clareai, Santa Clara clareou/ ô, ô" e eu sempre, pra sempre, vou levar isso comigo.

Tudo foi bom, gostoso. E cheio de simplicidade, o que tornou cada um desses dias ainda mais especiais.
O amor é simples e tão sublime. Algumas pessoas e lugares nos lembram disso.


Um comentário:

Gabriela Galvão disse...

O amor eh líndo (a la Caetãno)...