terça-feira, 17 de março de 2009

Socialismo

Um outro mundo é possível.

O que será que aquela moça com o namorado está achando da fala da economista esquerdista? E aquele senhor? Que opinião estará formando durante essa fala? Fico preocupada com a possibilidade de essas pessoas não ponderarem sobre o que está sendo dito. Sim, porque nem todas as faculdades particulares têm baixa qualidade de ensino, o curso de Turismo deve ser considerado, sim, um curso de graduação (tanto que já o é há anos), o movimento estudantil luta, sim, pela representação discente em várias instâncias e a Universidade Federal continua sendo um ambiente de discussão.

Todas essas questões são levantadas por causa de um saudosismo incrustado, de uma época em que as pessoas eram tolhidas, ameaçadas e torturadas. Felizmente, a luta empreendida em nome da liberdade e da democracia valeu a pena e quem viveu e pôs a boca no trombone no período da ditadura contribuiu para a conquista de um país melhor para todos nós, que viemos depois.

Nem por isso se pode dizer que a UNE ou os DCEs que existem hoje, no século XXI, não têm voz ou não a fazem valer. O fato é que as lutas de hoje são outras, as preocupações se referem a outros assuntos. E talvez quem critique, sequer marcou presença em alguma reunião de DCE ou procurou se inteirar das decisões tomadas nas assembléias durante as ocupações de reitoria (movimentos que tinham até blog, com escassos comentários em seus posts). A impressão que dá é a de que, se não houver confronto com a polícia, se não houver passeata, o esquerdista radical pensa que não há mobilização.

Cada um se posiciona à sua maneira diante do que acontece no mundo, às vezes, de forma extremada - o que, a meu ver, é até melhor do que o oposto: não se posicionar, acomodar-se, não enfrentar. Isso, sim, me tira do sério e muda o marcador para momento tolerância zero) - e mostrar o que pensa é saudável. Daí a desejar homogeneizar os modos de vida e os pontos de vista... são outros quinhentos.

É por isso que eu vibro quando o Anthony Bourdain declara ódio aos vegetarianos! (e, neste ponto, eu gostaria de tirar uma dúvida, numa boa, com os adeptos: planta também não é viva? Então. Vocês poderiam me esclarecer por que a camisa vestida no Fórum Social Mundial dizia que estaríamos poupando x vidas ao nos tornarmos vegetarianos?). Acredito que a causa do grupo não seja motivo de protesto. É uma escolha, uma posição diante do mundo ou uma necessidade (sei lá, às vezes a pessoa não gosta de carne, como eu não gosto de arroz ou não tolera o alimento). Fato é que todos os médicos ponderados recomendam que se coma de tudo (em porções moderadas, nada em exagero, e tal).

Escutar os dois lados envolvidos e mais de dois, quando for o caso. Assim se formam as opiniões, se convive melhor e se constrói um novo mundo possível, ao qual os socialistas e esquerdistas radicais tanto se referem.






3 comentários:

Gabriela Galvão disse...

Yeaaaahhhh!!!!!!

Caminho do meio, jah!

(O q estah longe de ser algo parecido com 'em cima do muro'!)

Bisous!

Juliana disse...

Sim, em cima do muro é o não-posicionamento. Para não se deixar levar apenas pelo furor ou pela paixão, você avalia os dois lados, tira suas conclusões e se posiciona favoravelmente a um deles. Importante reconhecer que o lado escolhido pode possuir defeitos.

Eduardo Araújo disse...

Quanto ao seu texto...faz sentido sim. Mas eu discordo que os movimentos existem só que são menos radicais. Os DCEs viraram pontos de encontro pro pessoal fazer amizade, e de vez em quando, lutar por algo dentro do curso ou da universidade, quase nunca em prol da sociedade em geral.

Mas isso é só o meu ponto de vista!

=)

Beijo