quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Peixe morto



Ontem, quando lia este livro, tive uma sensação de prazer com a Literatura como contáveis vezes tenho ao ler um romance.

A lírica nos oferece um deleite, vamos dizer assim, mais imediato e a narrativa em conto, de certa forma, também. Gosto muito de poesia, mais ainda depois de frequentar o sarau O quinze (em seus bons tempos), em Vitória e ouvir e ver Renato Fraga, Cida Ramaldes, Waldo Motta, Miro, etc. O conto é um gênero textual que gosto de escrever. Não sei escrever muito, desenvolver as idéias na hora da prova, essas coisas. Sou objetiva (sem querer dizer que isso seja bom ou ruim) e escrevo assim: curto e grosso, sem rodeios.

Tenho um problema com romance. Além de ser lenta na leitura, confundo as personagens. Se bobear, tenho que fazer esquema escrito com os nomes e parentescos: esse aqui é filho desse, tio daquele... o que me leva a não ler romance, a não ser forçada pelas circunstâncias, como no colégio.

Mas com Peixe Morto será diferente. Comprei por livre, espontânea e orgulhosa vontade e comecei a ler ontem. À noite. Estou naquela parte em que o narrador e o pescador vêem o corpo na lagoa. Me deu um medo... e hoje, mal posso esperar para me recostar em minha singlebed e continuar a emoção! Além do suspense, o que as primeiras páginas me causaram e, certamente, ao longo da leitura da obra só tende a aumentar, foi uma alegria em ver a Pampulha da sua época "áurea", dos cassinos, bailes e políticos glamourosos. Aquele bairro é bem Belo Horizonte! Porque BH é bem Niemeyer e ele é bem Pampulha... hoje em dia, não acho legal caminhar na lagoa. Sinto que o bairro (é uma sensação minha) é sujo, vejo uma poeira pairando, como vejo em Governador Valadares e outras cidades pequenas calourentas. Mesmo assim, ainda há a igrejinha de São Francisco que é um bibelô! Uma obra de arte que me fascina.

Está tudo lá, no livro da foto. E ainda consigo perceber os traços do estilo do autor, uma delícia.

Então, umas fotos para relembrar O quinze.
Eu declamando; Margarida, Evandro e eu: três dentistas no sarau (Marina atrás acenando).




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