terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Lugar-comum

As cidades do interior são lugares ótimos para se criar os filhos, onde a gente pode dormir de janela aberta, deixar a porta destrancada, só encostada, dar festa na garagem que fica de cara para a rua, sem grade, nem muro. As crianças crescem com os mesmos amiguinhos, todos ali do mesmo colégio, criados da mesma forma, sem más influências externas... depois do ensino médio, vão todos fazer Medicina, Direito, Engenharia, casar e ter filhos de ambos os sexos.

Não dou conta de Belo Horizonte, do trânsito, do barulho, diziam as patricinhas bregas de uma cidade do interior de MG, pertinho da capital. Como de costume, fico bem quietinha, que é para não desgastar com caso perdido.

Por dentro, ranjo os dentes e penso assim: eu é que não aguentaria viver em uma cidade onde não passa UM filme novo no cinema, onde não há UM show bacana de graça na praça, onde não há UMA exposição para se ver. Onde o calçamento é ruim e as mulheres andam de salto.

Se tivesse um filho, jamais desejaria que ele fosse criado, pelo menos não depois dos 10 anos, em uma cidade do interior, e se tornasse uma pessoa retrógrada, parada no tempo, ficasse cheio de esquisitices, de slogans da cidade na cabeça e na ponta da língua.

Engraçado...nunca encontro ninguém da minha cidade natal aqui em BH. Sei que há muitos e muitos conterrâneos aqui.

Também...não vou à Pinguim!

Um comentário:

Gabriela Galvão disse...

Ai sem cineminha, teatrinho e musiquinha (dos bons) um pouco mais que de vez em quando ñ dah!!!