sábado, 23 de agosto de 2008

Montanha-russa

Depois do almoço, vem a tarde.
Tenho uma questão a resolver.
Reviravolta.
Tento, mas não consigo me concentrar em estudo.
Vou colocar as roupas para lavar. Lavo duas blusas à mão porque são bordadas. Uma, deixo na água com amaciante, para amaciar e perfumar.
Recebo uma ligação.
Pré-aqueço o forno. Coloco os pães de queijo no tabuleiro.
Faço limonada e café, com um pó chique, do Santa Sophia, que ganhei.
Recebo visita.
Choro.
Louca para tomar banho, vestir pijama e ir para a cama.
Subo na cadeira para pegar o livro que o Alfredo me deu. Está guardado em uma pequena pilha que fiz com o título - gravado em minha cabeça - "livros a ler".
O título é A ponto de explodir.
No primeiro conto:

Às vezes você está se sentindo bem, leve, vontade de ver alguém querido, bater papo tomando refri numa mesa de calçada - de repente você não está legal, uma nuvem tipo a dos quadrinhos sobre a sua cabeça, um pano de chão sujo e úmido envolve seu coração, a ansiedade te faz olhar pras paredes e achar que se o teto caísse agora "tudo bem, ao menos isso".

E aí, me lembro de uma vez em que disse, adolescentemente:

_Mãe, a vida não é roda gigante, não, é montanha-russa!

Nenhum comentário: