segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Desire

Costumava prestar bastante atenção à sua volta. Tudo o que escutava parecia ser sobre si: cochichos, risos e mais. O entorno, as opiniões, este tipo de coisa a incomodava, era importante. Sem ser. Porque apenas em sua cabeça funcionava assim. O amante, ao contrário, aproveitava os momentos em sua máxima plenitude, não havia ninguém além deles ali. Em qualquer lugar que fosse.

De repente, escolheu. Pensando em seu próprio bem, no das pessoas que ama, seguindo o coração, o que sentia, levando em consideração suas experiências... mas pediu conselhos discretamente. Ouviu os sussurros exteriores, externos a ela, à sua vida, só um pouco nela adentrados. E assim, deu em não querer continuar. Mas havia uma sua parte que previa. Conseguia enxergar lá no fim, no final da linha, quando já tivesse atravessado as dificuldades. Neste lugar ela se via pensando baixo ou alto: “foi válido”. Sim. Mas e o presente? Este momento em que quer? Querer? Desejar? Existe tal coisa quando não se é mais criança e se pode controlar os impulsos? Para ser claro, há o desejo, porém, ele não é totalmente possível, não se pode seguir o desejo à risca. Dividindo a vida humana comum – pois existem vidas completamente diferentes, mundos impensáveis, modos de vida diversos – em planos, poderíamos dizer: pessoal, sentimental ou amoroso e profissional. Em dois destes planos talvez possa haver o “eu quero”, mas em outro, tenho quase absoluta certeza, não. Quase certeza.

4 comentários:

Gabriela Galvão disse...

C tah falando d destino?, eh isso?

Juliana disse...

do que vc quiser, agora que está escrito. Mas eu falava...de um tanto de coisa...
Talvez, principalmente, sobre escolher pela própria cabeça. Porém, às vezes tem que ir em frente ou topar por necessidade.

Juliana disse...

Ou: eu vou escolher pensando no futuro ou pensando no presente?

Gabriela Galvão disse...

Entendi.